O Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp) lançou nesta segunda-feira (28) o Mapa do Ensino Superior 2017, que mostra um aumento na proporção de alunos concluintes no ensino superior privado nas faixas de renda inferiores a três salários mínimos e de jovens pertencentes às classes C e D, na comparação com o estudo anterior.
O aumento do número de formandos chegou a 4,7 pontos percentuais na faixa com renda familiar de até 1,5 salário mínimo, somando 13,5% dos formados, e de 3,4 pontos percentuais na faixa entre 1,5 e 3 salários mínimos, que representa 26,8%, a maior parcela dos concluintes do ensino superior.
“A ampliação da oferta pela rede privada e os programas sociais, principalmente o Fies [Fundo de Financiamento Estudantil], trouxe realmente uma classe nova, que é a classe C, para dentro do ensino superior, e você já tem os primeiros reflexos, quando os dados de 2013, 2014 e 2015”, destaca o diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato. Para ele, o crescimento econômico do início da década também foi um fator determinante. “Junto a isso, a economia vinha num crescente, e a classe C, em ascendência, de forma que essas pessoas começaram a ingressar no ensino superior”.
O mapa também mostra que o número total de concluintes de cursos presenciais no Brasil aumentou de 9,3% de 2014 a 2015 (eram 841 mil e passaram a 919 mil em 2015), e o número total de concluintes nos cursos a distância cresceu 23% de 2014 a 2015 (eram 190 mil e passaram a 234 mil).
Desenvolvido desde 2011, o Mapa do Ensino Superior no Brasil 2017 retrata fielmente o panorama do ensino superior privado brasileiro em 2015 (período mais recente disponível), comparando os dados estatísticos com os da edição anterior.
O diretor executivo do Semesp considera restritivo o acesso à universidade pública gratuita. “Além das pouquíssimas vagas, só conseguem concorrer aqueles que estudaram nas melhores escolas no ensino básico, ou seja, no ensino particular. Isso é contraditório, quer dizer que aqueles que estudaram em escola particular no ensino básico conseguem acessar a universidade pública gratuita e aqueles que estudaram no ensino público acabam tendo que frequentar a faculdade paga”, lamenta Capelato.