Depois de um ano intenso de estudos, em que chegava cedo ao cursinho e só saia quando o prédio estava prestes a fechar, o paraense Arthur Sanches Sales imaginava que 2024 seria, finalmente, o ano da sua aprovação no vestibular. Mas não poderia prever que ela viria com alguns bônus. O estudante de 17 anos foi um dos 60 candidatos a alcançar a nota mil na redação do Enem 2023 – a pontuação, aliada a das outras disciplinas, lhe rendeu o primeiro lugar em Medicina no vestibular da Universidade Estadual do Pará (Uepa).
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Em conversa com o GUIA DO ESTUDANTE, o futuro médico conta que acessou os resultados do Enem quando estava com o irmão na academia, e quase não acreditou no que via. “Imaginava que seria uma nota razoavelmente boa, mas não uma nota máxima, entende?”. Engana-se, no entanto, quem pensa que a surpresa é apenas por modéstia. O jovem conta que a redação não é um talento nato, e que durante o Ensino Médio chegou a tirar notas de 400 a 600 na produção textual.
“Todo mundo sai de algum lugar. Sempre é possível aprender mais um pouco e aprimorar mais o seu conhecimento”, reflete.
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Conheça um pouco da trajetória de Arthur e seus conselhos para quem também sonha com a nota mil.
Um ano para a nota mil
Arthur formou-se no terceiro ano do Ensino Médio no final de 2022, e relembra que, naquela época, o que sabia a respeito da redação do Enem é que ela “tinha que ter quatro parágrafos”. Não foi o suficiente para a aprovação. Percebeu, então, que precisaria correr atrás do prejuízo em 2023: matriculou-se em um cursinho – embora preferisse estudar sozinho no horário das aulas – e mergulhou a fundo nos critérios da dissertação do exame.
“Aprendi quais eram os cinco elementos da conclusão, como desenvolver melhor meus parágrafos e, de forma geral, a estrutura da redação”, relembra. O estudante também praticava, escrevendo de uma a duas redações todas as semanas e corrigindo junto com um professor. “Com isso eu ia aprendendo com os meus erros para tentar melhorar minha nota”.
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Um tema próxima da realidade
Inesperado, mas não difícil. É assim que Arthur resume a redação do Enem 2023, que teve como tema o trabalho invisível de cuidado realizado pela mulher. Ele avalia a temática como próxima da realidade brasileira, e por isso sentiu alívio quando compreendeu a reflexão proposta pela banca.
Logo na introdução do texto, o estudante citou o envelhecimento populacional e a demanda cada vez maior pelo trabalho de cuidado, muitas vezes invisibilizado e deixado de lado até mesmo pelos governantes.
“Minha tese foi de que as principais causas da invisibilidade do trabalho da mulher existir no Brasil é o fato da população não valorizar essa área, e o Estado também não tomar iniciativa para assegurar e investir mais nessas trabalhadoras”, relembra. Por tudo isso, propôs no final do texto que a sociedade, junto ao Ministério Público, cobrasse mais investimentos e uma legislação forte a respeito do trabalho de cuidado.
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