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ROMA CLÁSSICA

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Por Redação do Guia do Estudante
Atualizado em 13 jan 2021, 14h44 - Publicado em 12 dez 2011, 20h44

A cidade de Roma foi fundada às margens do rio Tibre (Itália) no ano 753 a.C., pelos latinos, um povo italiota de origem indo-européia. Durante sua história Roma se transformou num Estado militarista e expansionista e se impôs a toda a península Itálica e, mais tarde, formou um grande império, conquistando todas as civilizações da bacia do Mediterrâneo, grande parte da Europa (chegando até a Bretanha) e os reinos helenísticos do Oriente.
Tal império deixou como herança para o Ocidente: o Direito, a língua latina (latim), a forma de organização política e militar, além do cristianismo, que apesar de ter surgido no Oriente Médio, foi a partir do Império Romano que se tornou a maior religião européia.

PERÍODO MONÁRQUICO (753 – 509 a.C.)

No início Roma era uma cidade-Estado que vivia da agricultura e da pecuária, sendo governada por um rei e pelos patrícios, descendentes dos fundadores da cidade. Os patrícios eram donos das grandes propriedades de terra e eram os únicos que tinham direitos políticos.
O maior grupo social era composto pelos plebeus: camponeses, artesãos e comerciantes. Existia, também, um pequeno grupo de escravos que trabalhava para os patrícios.
Os romanos foram governados por sete reis, sendo que os três últimos eram etruscos, um povo que vivia ao norte do rio Tibre e que conquistou Roma no final do século VII a.C.. O último rei etrusco (Tarquínio, o Soberbo) foi expulso de Roma, após uma rebelião dos patrícios que pôs fim à monarquia.

PERÍODO REPUBLICANO (509 – 27 a.C.)

Durante a República o principal órgão político era o Senado, composto pelos homens mais velhos das famílias patrícias. Os senadores tinham mandato vitalício e eram responsáveis por toda a administração pública de Roma (daí o significado de República: res – publica, ou seja, a coisa pública).
Toda a população romana apta para formar as fileiras do exército se reunia na Assembléia Centuriata. Essa assembléia se dividia em centúrias (grupos de homens organizados a partir da renda), e como 98 das 193 centúrias pertenciam aos patrícios, os interesses deles sempre prevaleciam.

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O Senado era auxiliado pelas magistraturas que eram ocupadas exclusivamente por patrícios e tinham mandato de 1 ano. Eram elas:

– Consulado: 2 cônsules (um chefe do Estado e outro chefe do exército);
– Censor: responsável pela organização do censo e pala imposição da censura;
– Questor: cuidava do tesouro público e da arrecadação de impostos;
– Pretor: encarregado da justiça e da ordem social.

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Em caso de crise (como falta de alimento, guerras, rebeliões), todas as magistraturas eram suspensas e o senado elegia um ditador, que tinha um mandato de 6 meses.
Foi durante esse período que Roma iniciou sua expansão sobre a península Itálica. Os patrícios se apossaram das mais ricas terras nos territórios conquistados e os povos dominados eram obrigados a pagar tributos a Roma, a obedecer as leis romanas e suas elites deveriam aprender o latim. Os povos que não aceitassem tal situação eram escravizados.
Ao chegarem ao sul da Itália, os romanos entraram em conflito com os cartagineses. Cartago era uma civilização de exímios mercadores que ficava ao norte da África e possuía colônias em todo Mediterrâneo. Tal supremacia cartaginesa foi vista pelos romanos como um entrave a sua expansão territorial e econômica, então os romanos iniciaram uma série de guerras contra Cartago, chamada de Guerras Púnicas (264 -146 a.C.).
Os romanos venceram os cartagineses e destruíram a civilização de Cartago, passando a controlar todo o comércio marítimo e a conquistar as civilizações mediterrâneas, que foram transformadas em províncias de Roma.
As conseqüências da expansão romana foram:

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– enriquecimento da cidade de Roma e dos patrícios, que recebiam tributos e escravos de várias regiões;
– formação de uma sociedade escravista;
– surgimento de um novo grupo social composto pelos ricos comerciantes (os cavaleiros ou equites), que passaram a buscar direitos políticos (Guerras Civis);
– aumento da pobreza dos grupos desprivilegiados e revoltas constantes.

A plebe, que há muito tempo se ressentia com as excessivas campanhas militares, se rebelou várias vezes, conseguindo alguns poucos direitos políticos (Lei Canuléia, Lei Licínia, Assembléia da Plebe e a magistratura dos Tribunos da Plebe), mas que nada representavam diante da grande expansão do poder dos patrícios. A situação piorou quando começaram a chegar produtos, tributos e escravos das províncias romanas, causando a ruína dos pequenos agricultores, que deixavam os campos em busca de oportunidades nas cidades.

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Os patrícios, então, para conter as frequentes rebeliões da plebe instituíram a Política do Pão e Circo nas grandes cidades do império: ofereciam distração nas arenas e trigo para a população desempregada e miserável.
As campanhas militares levadas para regiões cada vez mais distantes deram grande prestígio aos generais romanos, que perante os seus soldados tinham maior poder que o próprio Senado. Generais como Mário, Sila e Julio César usaram de seu prestígio militar para se imporem como ditadores em Roma, acelerando a crise do poder senatorial, pondo fim a República.

PERÍODO DO IMPÉRIO (27 a.C. – 476 d.C.)
Podemos dividir a história do Império em duas fases:


1) Alto Império (27 a.C. – 253 d.C.)

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O primeiro imperador romano foi Otávio Augusto, responsável pela mudança na organização política de Roma (anulando o poder senatorial), dividiu todo o império em províncias (civis e militares) melhorando o sistema de coleta de impostos e de controle sobre os diversos povos. Augusto ainda reorganizou o exército (que passou a ser permanente) e impôs a política da Pax Romana, ou seja, o fim da política expansionista. Mesmo assim, foi durante o período imperial que Roma atingiu sua máxima extensão.
A sociedade foi reorganizada a partir de renda, aumentando a participação dos comerciantes (ordem equestre) na vida política. Mesmo assim os patrícios (ordem senatorial) mantiveram grande parte de seus privilégios.
Foi durante o Alto Império que o cristianismo surgiu e seus seguidores passaram a ser perseguidos, pois os romanos consideravam que essa religião estimulava as rebeliões populares.

2) Baixo Império (253 – 476)

Essa fase da história romana foi repleta de crises políticas marcada pela grande participação do exército na sucessão ao trono imperial. Entre 253 e 284 (período de Anarquia Militar), dos 20 imperadores que governaram, 19 foram assassinados.
Uma crise econômica assolou o império romano, sendo a sua principal causa o fim da política expansionista que levou a diminuição do número de escravos, de mercadorias e de impostos que sustentavam Roma. Além disso, os soldados acostumados a receber os despojos das conquistas, passaram a se rebelar.
Para aumentar o controle sobre a produção, o Estado romano criou uma nova forma de exploração da mão de obra, o colonato, que obrigava o camponês a se fixar na terra em que trabalhava, a fim de poder pagar os impostos devidos e fornecer produtos para um comércio em declínio. A economia romana entrou em processo de ruralização.
Enfraquecida internamente, Roma passou a sofrer ataques de povos que não tinham sido conquistados: os persas no oriente e os germanos ao norte da Europa.
As principais tentativas de reorganização do império foram feitas pelos seguintes imperadores:

– Diocleciano (284 – 305): decretou o Edito do Máximo (tabelamento dos preços dos alimentos) e a organizou da Tetrarquia (divisão em império em duas partes, governadas cada uma por dois homens);
– Constantino (306 -337): transferiu a capital para Constantinopla (antiga Bizâncio); decretou o Edito de Milão (legalização do Cristianismo);
– Teodósio (379 – 395): decretou o Edito de Tessalônica (cristianismo se tornou a religião oficial de Roma), divisão do império em Império Romano do Ocidente (capital: Roma) e Império Romano do Oriente (capital: Constantinopla).

O Império Romano do Ocidente foi invadido e dividido pelos germanos, que tomaram a capital em 476. Enquanto o Império Romano do Oriente durou por mais mil anos, até ser tomado pelos turcos no século XV.



(UEL -2011)
Com base nos conhecimentos sobre Roma Antiga, no chamado Alto Império, considere as afirmativas a seguir.

I. A ausência das conspirações palacianas, impostas pela guarda pretoriana, garantiu a continuidade dos imperadores eleitos pela câmara alta do senado.
II. Com a descentralização do poder imperial pela participação ativa da plebe nas assembleias republicanas, ocorreu uma alteração na estrutura produtiva socioeconômica.
III. O poder autocrático do imperador, apoiando-se no exército, pacificou as disputas internas nas províncias, melhorando as arrecadações tributárias.
IV. A organização política foi dividida entre a ordem equestre, representante dos interesses mercantis, a ordem senatorial, dos patrícios, e a ordem plebeia.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e III são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

A afirmativa I, que trata da Guarda Pretoriana, está errada. Tal corpo militar foi criado por Otávio Augusto e tinha a função de proteger o imperador. A Guarda Pretoriana não se relacionava de forma alguma com o Senado e, foi na realidade, o grupo militar mais influente durante o Império, sendo responsável pela manutenção ou derrocada de um imperador, segundo os seus interesses. Por isso as conspirações palacianas foram comuns no Império.
A afirmativa II está completamente errada pois fala da descentralização do poder e da influência da plebe (o que nunca ocorreu), num regime republicano. Mesmo durante o período em que Roma se denominoi republicana, somente os patrícios tinham poder de fato. Desse modo, restam a III e a IV.


(UNICAMP – 2009)
Após a tomada e o saque de Roma pelos visigodos, em 410, pagãos e cristãos interrogaram-se sobre as causas do acontecimento. Para os pagãos, a resposta era clara: foram os maus princípios cristãos, o abandono da religião de Roma, que provocaram o desastre e o declínio que se lhe seguiram. Do lado cristão, a queda de Roma era explicada pela comparação entre os bárbaros virtuosos e os romanos
decadentes: dissolutos, preguiçosos, sendo a luxúria a origem de todos os seus pecados.

a) Identifique no texto duas visões opostas sobre a queda de Roma.
b) Entre o surgimento do cristianismo e a queda de Roma, que mudanças ocorreram na relação do Império Romano com a religião cristã?

a) Para os pagãos a queda de Roma foi causada pelo pela adoção da nova religião cristã; já para os cristãos foram os antigos costumes romanos (dissolutos, preguiçosos e luxuriosos) que levaram a crise.
b) No início do período imperial os cristãos era perseguidos pelos romanos; no final do império com a Edito de Milão, os cristãos ganharam liberdade de culto e com o Edito de Tessalônica, o cristianismo passou a ser a religião oficial do Império.

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