As Reformas Bourbônicas constituíram o episódio da “nova conquista espanhola da América” – isto é, a tentativa de retomar o controle espanhol sobre suas colônias. Elas se constituíram em reformas administrativas e econômicas do sistema colonial espanhol. A ideia era “modernizar” esse sistema, fortalecer a monarquia e facilitar o controle da metrópole sobre os novos territórios conquistados.
O objetivo principal das reformas era recuperar o poder do Estado espanhol por meio de uma exploração mais racional e eficiente de suas colônias, buscando reconquistar o espaço perdido para os criollos na América. Por conta disso, nesse sentido, do outro lado da América, as reformas causaram uma maior insatisfação com a política metropolitana, levando a diversos confrontos entre criollos e os peninsulares.
As reformas aconteceram durante o reinado de Carlos III (1759-1788), tido como um “déspota esclarecido”, e foram impulsionadas, principalmente, pela necessidade de fortalecer o império hispano-americano frente à Grã-Bretanha, depois de revelada a crescente fraqueza espanhola na Guerra dos Sete Anos.
Dentre as principais medidas da reforma estavam uma maior intervenção da metrópole nos assuntos coloniais; aumento de impostos; livre comércio entre as colônias; a permanência da proibição do comércio entre as colônias e outras nações; reforço do pacto-colonial; mais força no combate ao contrabando; proibição de indústrias e atividades agrícolas que competissem com a metrópole; expulsão dos jesuítas da Espanha e do seu império; criação do Vice-Reino do Prata (atuais Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia ou “Alto Peru”); e a ampliação das forças militares, a fim de defender o império contra ataques de outras potências, principalmente da Grã-Bretanha.