Independentemente de como tenha começado a ocupação da América e do Brasil, sabemos que, entre o último milênio antes de Cristo e o primeiro da Era Cristã, a etnia que deu origem aos atuais índios brasileiros se tornou predominante em nosso território. O mais avançado grupo dessa nova onda migratória, vinda da América Central, era o dos tupis – povos sedentários e conquistadores que destruíram ou assimilaram as comunidades coletoras e caçadoras então espalhadas pelo país.
Os tupis, não eram uma trupo, eram uma infinidade de grupos indígenas – como os tupis-guaranis, tupinambás, tupiniquins e tupinaés – que tinham culturas semelhantes entre si. Eles viviam em aldeias que funcionavam como cidades, chegando a ter alguns milhares de habitantes. A propriedade privada não existia. Plantavam mandioca, milho e hortaliças e produziam cerâmicas, utilizadas em rituais religiosos.
efiniam a hierarquia social com base nos laços familiares e no desempenho dos guerrilheiros nas batalhas. A divisão do trabalho se dava de acordo com o sexo: à mulher cabia plantar, cozinhar e fabricar instrumentos domésticos; os homens tinham a resposabilidade de caçar, produzir armas, derrubar a mata e construir casas.
Apesar das características comuns, cada tribo tinha sua identidade, constituída por mitologias, formas de cultivo e regras sociais próprias – essas informações eram transmitidas oralmente de geração para geração. Quando os portugueses chegaram ao Brasil em 1500, estima-se que havia 1 milhão de índios vivendo por aqui, divididos em cerca de 1,4 mil povos, que falavam 1,3 mil ínguas. A grande maioria foi morta ou escravizada e suas culturas foram soterradas pela imposição dos costumes europeus.