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Modernismo (Portugal) – resumo, autores e questão comentada

Saiba como o Enem e outros vestibulares podem cobrar o tema

Por da redação
Atualizado em 16 ago 2017, 12h46 - Publicado em 23 set 2010, 15h41
Fernando Pessoa
Fernando Pessoa (GE/Wikimedia Commons)
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O modernismo português começa com a publicação, em 1915, da revista Orpheu. Contando com a participação de vários artistas e poetas, a revista veicula vasta produção ousada e irreverente – fruto das novas concepções estéticas que circulam pela Europa em inícios do século 20.

As grandes revelações literárias desse período, Mário de Sá-Carneiro e Fernando Pessoa, surgem justamente nas páginas de Orpheu.

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Mário de Sá-Carneiro (1890 -– 1916) – influenciado pelo decadentismo e pela estética simbolista, construiu uma obra marcada por inesperada e inquietante angustia existencialista. Afastando-se da preocupação meramente estética, aborda o tema da cisão do sujeito na enunciação de si próprio e na formulação de sua percepção de mundo.

Fernando Pessoa (1888 –- 1935) –
sua obra é caracterizada pela busca da despersonalização e da fragmentação do “eu” do poeta em múltiplas personalidades – o que possibilita a criação de um universo literário em que sinceridade e fingimento são discutidos de maneira rica, densa e intrigante. Para compreendê-lo é fundamental conhecer a produção de seus heterônimos.

Heterônimos de Fernando Pessoa
Alberto Caeiro: poeta bucólico, está em contato direto com a natureza, aproximando a sua lógica da ordem natural das coisas. Caeiro “pensa” com os sentidos e vê as coisas como elas são, desprovidas de conceitos e valores pré-concebidos.

Ricardo Reis –
poeta de inspiração neoclássica, é um latinista cuja preocupação em gozar o momento remete ao carpe diem. Para ele, é preciso estar atento para aproveitar os instantes volúveis da vida, com serenidade e sem excessos.

Álvaro de Campos –
poeta inquieto e adepto do decadentismo, constrói sua obra a partir de experiências futuristas,nas quais é nítida a influência do norte americano Walt Whitman. Mas Campos esgota essa vertente e adere à poesia intimista e melancólica, evoluindo ao sensacionismo – para o qual a sensação é a única realidade da vida.

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Fernando Pessoa (ele mesmo) – considerado por alguns críticos também uma espécie de heterônimo, o Fernando Pessoa ortônimo produz uma poesia lírica de tendência saudosista e nacionalista.

Por que é importante para o vestibular?
A heteronímia de Pessoa intriga estudiosos e aparece como caso único na literatura mundial. A dilatação do mundo real e a materialização do fictício constitui desafio intelectual para todos que buscam um universo cultural mais amplo.

Como pode cair no vestibular?

A multiplicação de identidades e a sinceridade do fingimento presentes na produção de Fernando Pessoa é tema constante nos vestibulares.

Como já caiu no vestibular?

1. (Fuvest – SP) A leitura de “Mensagem”, de Fernando Pessoa, permite a identificação de certas linhas de força que guiam e, até certo ponto, singularizam o espírito do homem português, dando-lhe marca muito especial.

Dentre as alternativas a seguir, em qual se enquadraria melhor essa idéia?

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a) Preocupação com os destinos de Portugal do século vinte.
b) Preocupação com a história político-social de Portugal.
c) Recorrência de certas constantes culturais portuguesas, como o messianismo.
d) Reordenação da história portuguesa desde Dom Sebastião.
e) A marca da religião católica na alma portuguesa como força determinante.

GABARITO
1. Resposta correta: C
Comentário:
Poeta saudosista-nacionalista, Fernando Pessoa “ele mesmo” produz uma obra na qual característica marcante é a recorrência a arquétipos do imaginário português, tais como o sebastianismo, corrente mítica de inegável teor messiânico.

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