O que é o mito da caverna de Platão?
Enviado por Victor Cano Batista
Representação do mito da caverna. Imagem: Mats Halldin/Wikimedia Commons
O texto da alegoria da caverna é bem difundido no ensino da filosofia e em outras áreas. Penso que vale à pena retomá-lo no original, citado na obra República de Platão. As adaptações devem servir de apoio para o entendimento do texto original. Afinal, um estudo exegético do texto não é o objetivo da maioria dos estudantes.
Portanto, a primeira dica é ler o texto de uma boa tradução para o português do texto em grego. Segundo, é interessante notar que, no nascedouro do pensamento ocidental, Platão utiliza-se da linguagem mitológica para explicitar sua filosofia. Assim, sua hermenêutica é filosófica, mas sua linguagem é mitológica.
Terceiro, esta alegoria tornou-se o anelo simbólico de toda a filosofia de Platão. Pode-se então considerar o mito da caverna como uma chave simbólica de toda a filosofia de Platão: sua teoria do conhecimento, sua estética, política, cosmologia, ontologia, teodicéia, ética, assim por diante. Portanto, a alegoria da caverna tem essa função didática de evidenciar que a filosofia é um caminho para o verdadeiro conhecimento, um exercício do desprendimento das ilusões que podem enclaustrar o conhecimento humano.
*Resposta do professor de filosofia do cursinho do XI, Antonio Spirandeli Junior.
O tema caiu no vestibular 2013 da Unesp. Confira a pergunta: |
Do lado oposto da caverna, Platão situa uma fogueira – fonte da luz de onde se projetam as sombras – e alguns homens que carregam objetos por cima de um muro, como num teatro de fantoches, e são desses objetos as sombras que se projetam no fundo da caverna e as vozes desses homens que os prisioneiros atribuem às sombras. Temos um efeito como num cinema em que olhamos para a tela e não prestamos atenção ao projetor nem às caixas de som, mas percebemos o som como proveniente das figuras na tela. Explique o significado filosófico da Alegoria da Caverna de Platão, comentando sua importância para a distinção entre aparência e essência. |