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Espanhol europeu e espanhol latino: quais são as diferenças?

Cada país falante da língua tem suas particularidades, e é sobre elas que nós vamos falar aqui!

Por Redação do Guia do Estudante
5 dez 2020, 10h02
 (Reprodução/iStock)
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A Espanha e quase todos os países da América Latina têm a mesma língua oficial: o castellano, que conhecemos popularmente como “espanhol”. Mas é evidente que os habitantes desses países não falam todos de maneira homogênea. Cada país tem suas particularidades, e é sobre elas que nós vamos falar aqui: as diferenças entre o espanhol europeu e o espanhol latino.

Essas diferenças, muitas vezes, têm raízes históricas. Os espanhóis colonizaram a América Latina, mas esse processo se deu de maneiras diferentes em cada país. E como explica a professora Nazareth Sojo, do Abraço Cultural, essas diferenças se refletem ainda hoje em vários aspectos da sociedade, incluindo o idioma. Confira:

Diferenças entre o espanhol europeu e latino

Espanha

Uma característica do espanhol da Espanha que o diferencia do espanhol de outros países é o uso do “vosotros”. Não apenas o pronome, mas a segunda pessoa do plural. Nos outros países, essa conjugação raramente é usada — mesmo na Argentina, que usa o pronome “Vos” na segunda pessoa do singular. Ela pode ser um pouco difícil para quem não está acostumado.

Além disso, o espanhol da Espanha diferencia a pronúncia do “Z” e do “S” — algo que geralmente não se faz em outros países que falam o idioma. O “S” no espanhol da Espanha tem o mesmo som do nosso “S” em palavras como “Sopa” ou “Sapo”. Já o “Z” tem um som parecido com o “th” em inglês. “Você morde a língua para falar”, comenta Nazareth. EM outros países que falam espanhol, o “Z” é pronunciado da mesma maneira que o “S”.

México e América Central

Até hoje, o México ainda tem uma grande população indígena. As civilizações pré-colombianas, que foram exterminadas com a colonização do continente, compartilhavam características culturais e linguísticas que nunca desapareceram por completo, e ainda são bastante presente na cultura do país. Isso, naturalmente, se reflete no idioma.

Nas palavras de Nazareth, isso dá ao espanhol mexicano um sotaque um pouco mais “rápido”. E isso vale para o resto dos países da América Central também, já que os povos pré-colombianos ocupavam um território que se estendia até mais ou menos onde fica hoje o Panamá.

Caribe

O espanhol caribenho se diferencia dos demais por ter tido, em sua formação, uma grande influência de populações negras de distintas regiões da África. A região servia como uma espécie de entreposto comercial por onde passavam escravos vindos do continente.

Além disso, os escravizadores preferiam capturar pessoas e juntá-las em grupos de línguas diferentes. Assim, os escravizados não conseguiam se comunicar com facilidade entre si para planejar fugas ou rebeliões. Por isso, em países como Cuba, República Dominicana e Porto Rico, o “sotaque africano” ainda é muito forte.

América do Sul

Embora haja semelhanças entre os espanhóis falados nos países sul-americanos, cada um tem algumas particularidades. A Venezuela, por exemplo, fala um castellano muito tradicional e castiço na sua capital, Caracas, mas têm vários sotaques nas regiões do interior.

Países como Peru e Equador usam muitas palavras puxadas do português, como a interjeição “poxa!”. Ela tem o mesmo significado, mas é pronunciada um pouco diferente — algo como “putxa!”. O Chile, por sua vez, tem uma série de gírias próprias que são usadas com muita frequência, o que faz com que ele seja difícil de entender às vezes até para falantes de espanhol de outras regiões.

O Chile também se aproxima de outros países da região do rio Prata (como Argentina, Uruguai e Paraguai) na pronúncia de alguns sons. O “Y” de palavras como “yo” (eu) ou “desayuno” (café da manhã) tem nessas regiões um som mais próximo do nosso “x”. Na Argentina também é comum a aspiração do “s” quando ele aparece em frente do “t”, em palavras como “estudiar” ou “viste”. E por lá também é comum o uso do pronome “vos” no lugar do “tu”.

Este texto foi originalmente publicado no portal Estudar Fora, da Fundação Estudar, parceira do Guia do Estudante. 

 

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