Você já estudou diversas matérias ao longo do ano. Entendeu contextos complexos, sabe explicar acontecimentos históricos e consegue resolver uma série de equações. Mas e se na hora da prova ocorrer o famoso “branco”?
Isso realmente pode acontecer, mas nada de pânico! Segundo Solange Jacob, diretora acadêmica do Método Supera – Ginástica para o Cérebro, empresa dedicada exclusivamente ao desenvolvimento das capacidades cerebrais, a atenção, a concentração e a habilidade de memorização também podem ser fortalecidas. A base para possibilidade está na neuroplasticidade.
A ideia é que o cérebro e as habilidades cognitivas podem se desenvolver de acordo com estímulos externos. Dentro das salas de aula de ginástica para o cérebro do Método Supera, por exemplo, o aluno entra em contato com atividades capazes de ativar os neurônios.
Separamos seis técnicas que podem te ajudar a memorizar alguns conceitos importantes que você tem dificuldade de lembrar. Nessa reta final para o Enem, elas podem podem fazer toda a diferença. Veja a seguir:
Rimas
As rimas ajudam a organizar palavras na mente e facilitar associações. Dessa forma, se der um “branco” no meio da prova, é válido recorrer ao recurso. Um exemplo muito utilizado serve para ajudar a saber se você deve ou não usar a crase: “Vou a e volto da, crase há/ Vou a e volto de, crase para quê?”
Outra rima muito usada na matemática começa com o poema de Gonçalves Dias e serve para decorar a fórmula:
sen(A+B) = senA.cosB + senB.cosA
Rima: Minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá SENO A COSSENO B , SENO B COSSENO A
Imagens e humor
Outra tática, que é muito útil para gravar figuras importantes da História, é imaginar uma cena e colocar um pouco de humor. Pense em algum nome difícil de gravar. Agora, imagine essa pessoa fazendo algo diferente, estranho ou engraçado que tenha alguma relação com o som de seu nome. Assim não fica mais fácil de lembrar?
Exemplo: Acha muito difícil guardar o nome do Jânio Quadros? Por que não imaginá-lo pendurando um quadro?
Não consegue lembrar do nome do autor de Sagarana? Tente imaginar Guimarães Rosa colhendo flores em um jardim com o livro embaixo do braço.
Lembre-se: o objetivo aqui não é ter ideias brilhantes ou associações inimagináveis, mas usar recursos simples, como trocadilhos e piadas, a seu favor.
Frases
“Hoje Li Na Kama Robinson Crusoé em Francês”. Talvez algum professor de Química já tenha dito essa frase para você. Ela serve para ajudar a lembrar quais os elementos da primeira coluna da tabela periódica.
O método aqui utilizado foi organizar um conceito de forma que as letras iniciais do que você deseja recordar formem um significado próprio.
A tabela periódica, de maneira geral, é excelente para esse tipo de método. O grupo 6A (O/S/SE/TE/PO/Lv), por exemplo, pode ser memorizada com a frase “os sete porquinhos leves”, enquanto os gases nobres (He, Ne, Ar, Kr, Xe, Rn, Og) podem ser lembrados por “Heitor Nem Arranca Kriptonita do Xerife de Rondônia que é Ogro”.
Mesclar informações novas e velhas
Associar novas informações a conhecimentos que você já adquiriu é outra ótima técnica. Contextualize tudo que você precisa memorizar. Por exemplo: quer gravar como funciona o processo de transmissão de ondas de calor? Tente pensar em como ele acontece quando estiver com um copo quente em suas mãos.
Outra sugestão é pensar no funcionamento de um pilha quando vai ligar sua televisão com o controle remoto ou em geometria durante um jogo de bilhar.
A boa e velha escrita
Ao escrever, o seu cérebro recebe diversos estímulos para buscar palavras, sintetizar ideias, criar uma linha de raciocínio, fazer associações, exclusões e decidir o que de fato vai para o papel. Assim, sua atividade mental usa funções da memória e então fica mais fácil reter as principais informações sobre o que foi escrito.
Pense que você passou horas estudando sobre a Segunda Guerra Mundial. Leu diversos materiais, fez exercícios com alternativas e até assistiu a filmes sobre o tema. A experiência de formar um texto sobre o assunto, mesmo que seja apenas um breve resumo, será única. Você precisará lembrar dos países envolvidos no conflito, datas, a ordem em que tudo ocorreu e os desfechos da Guerra. “Desenhar” as palavras enquanto constrói um raciocínio exigirá muito do seu cérebro, que será exercitado e terá mais facilidade para lembrar de tudo depois.
Técnica Loci
Conhecida também como “O Palácio da Memória”, a ideia desse método é associar o nome ou fato que está tentando lembrar com um móvel em um determinado lugar. Pode ser na sua casa, por exemplo. Mentalize os móveis de cada cômodo e associe uma figura histórica ou informação importante a cada um deles.
O humor aqui também pode ajudar muito. Quando terminar as associações, visualize os espaços que criou, pense na posição dos objetos e vá lembrando do tema que associou a cada um deles.
Vamos supor que você tenha muita dificuldade de memorizar as revoltas do Período Regencial. Que tal olhar para o seu quarto de uma maneira diferente associando os móveis aos conflitos? Sua pilha de roupas em cima da escrivaninha poderia remeter à Revolução Farroupilha, por exemplo. O espaço onde você deixa sua mochila, malas e afins poderia ser relacionado com a Revolta do Malês. A ideia aqui é tornar a memorização algo mais fácil a partir do que está ao seu redor.