Nas redes sociais, o conteúdo cobrado na versão digital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 chamou a atenção de muitos estudantes. Diversas publicações afirmam que o conteúdo cobrado na prova estava mais fácil em relação à avaliação impressa. Por esse motivo, os candidatos que responderam a 45 questões de Ciências Humanas e 45 de Linguagens, no último domingo (31), supostamente estariam em posição de vantagem na disputa por vagas nas universidades.
Só eu que achei o Enem digital 1000x mais fácil que o impresso?
— giovanna 🤍✨ (@giih_vicente1) January 31, 2021
eu fui olhar a prova do enem digital, foi muito mais fácil que o tradicional, q saco
— duda (@eduarda0liveir) January 31, 2021
Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a versão piloto do Enem Digital foi criada para reproduzir com fidelidade o Enem regular. Isso permite garantir um efeito de comparabilidade no desempenho entre todos os candidatos quando as notas são atribuídas. Mesmo assim, diversos participantes notaram diferenças na complexidade das provas.
Em uma publicação no Facebook, um estudante comentou que ficou indignado porque os textos do Enem Digital eram menores. “O que me deixou mais revoltado foi ver o tamanho das questões”. Na mesma postagem, outro afirmou que na versão impressa, em alguns casos, os enunciados tinham que serem lidos mais de uma vez, de tão grandes. Em todo o país, mais de 96 mil candidatos se inscreveram para participar desta prova-piloto, mas a aplicação registrou abstenção de 68,1%.
Porém, essa percepção de facilidade nos conteúdos cobrados não foi notada pelos professores. De acordo com Daniel Perry, diretor do Curso Anglo, o Enem Digital seguiu a tradição estabelecida há mais de uma década de exame. Nas questões, a capacidade de interpretação de texto tanto em Linguagens quanto em Ciências Humanas foi bastante explorada. “Havia uma riqueza maior de fontes, como textos jornalísticos, científicos, publicitários e poemas. Mas, de modo geral, houve um equilíbrio no grau de dificuldade das questões, divididas entre fáceis, médias e difíceis”, avalia.
O gerente de Inteligência Educacional e Avaliações do Poliedro, Fernando Santo, também concorda com essa visão. “O grau de dificuldade estava equilibrado. Mas o grande destaque ficou para a qualidade da definição das imagens exibidas no computador. Uma sinalização de tendência para os próximos vestibulares”, afirma.
O formato da prova pode ter sido uns dos fatores que provocaram esses questionamentos por parte dos estudantes. Ao analisar a versão regular é possível observar que, em determinadas páginas, existem até quatro questões. O Inep utiliza essa estratégia para economizar nos custos de quantidade de folhas durante a impressão. O efeito colateral direto dessa otimização de gastos é a sensação de uma avaliação com muitos textos.
+Quero Bolsa | Faça Sua Pré-Matrícula! Garanta uma Bolsa de Estudo de Até 75% nas Mensalidades.
Na versão digitalizada essa preocupação não existe. Para deixá-la menos cansativa, foi colocada apenas uma questão por página. Logo, havia mais espaço para a disposição dos enunciados. “Pelo computador o texto estava disposto em toda tela, não em uma coluna dividida na página. Essa é a diferença, teve textos grandes igualmente”, argumentou uma estudante na mesma postagem do Facebook.
Para montar a prova, o Ministério da Educação (MEC) seleciona do banco de dados um conjunto de 45 questões de cada área, que foram testadas anteriormente. As escolhidas ajudam a compor as 180, divididas igualmente em níveis de dificuldade.
As questões têm pesos diferentes na atribuição da nota final do Enem. Ela vai além da quantidade de acertos em geral e se preocupa mais com a consistência de cada resposta dada. O sistema é baseado na Teoria de Resposta ao Item (TRI), conhecida por eliminar acertos feitos no chute. Saiba aqui como é calculada a nota do Enem.
Prepare-se para o Enem sem sair de casa. Assine o Curso Enem do GUIA DO ESTUDANTE e tenha acesso a centenas de videoaulas com professores do Poliedro, que é recordista em aprovações na Medicina da USP Pinheiros.