Yasmin Damasceno tem só 19 anos, mas já fez o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) quatro vezes, tirou zero em sua primeira redação como treineira, cursou um ano de Agronomia e, agora, tirou mil na redação do Enem 2023. Ufa! Assim como outros candidatos que tiraram nota máxima nesta edição, Yasmin demorou a ver sua nota no dia da divulgação dos resultados, terça-feira (16), e quando viu, não acreditou.
Em conversa com o GUIA DO ESTUDANTE, ela contou que seu sonho é cursar Medicina Veterinária e falou a respeito da estratégia para tirar nota máxima na redação em 2023. Disse que achou o tema inesperado, mas conseguiu elaborar bem o texto graças ao seu estudo de repertórios coringa.
Confira a trajetória de Yasmin, a estudante que foi do zero ao mil, e suas dicas para outros vestibulandos.
Tchau, Agronomia
Yasmin é de Belém do Pará e começou a encarar o Enem como treineira em 2019, quando estava no último ano do Ensino Médio. Ela conta que, naquele primeiro ano, zerou a redação. Segundo a estudante, o zero veio porque ela não fez o texto – o nervosismo e a falta de prática a fez paralisar diante da prova. Mas graças à experiência ruim, decidiu se esforçar para melhorar suas notas.
Em seu primeiro ano como candidata, conseguiu nota suficiente para entrar em Agronomia na Universidade Federal Rural da Amazônia e cursou a graduação durante um ano – até perceber que seu sonho mesmo era Medicina Veterinária.
Yasmin sempre gostou de Biologia e por isso entrou no primeiro curso, mas aos poucos descobriu que a compatibilidade parava por aí. A grade de estudos tinha muita Matemática – da qual não é uma grande fã – e o contato com os animais era raro. Por isso, a Veterinária pareceu um caminho melhor.
Era hora de voltar para o cursinho.
+ Como é o curso de Medicina Veterinária?
A estudante afirma que só conseguiu a nota máxima na redação em 2023 depois de entender quais eram seus pontos fracos. De volta ao cursinho, em 2023, teve aulas focadas nas matérias que tinha mais dificuldade: Matemática, Ciências da Natureza e Redação. E esse, inclusive, é um dos seus conselhos para os vestibulandos: focar os estudos nas matérias que têm menos afinidade.
O segredo para a redação nota mil
Extenso e inesperado. Essas foram as primeiras impressões de Yasmin quando viu o tema da redação do Enem 2023. Porém, os textos motivadores a ajudaram a manter a calma, e as ideias para a redação foram vindo após a leitura deles. Antes de realmente começar a escrever, a estudante fez um pequeno mapa mental baseado na frase temática.
Na hora de colocar a mão na massa, sua estratégia foi equilibrar a redação com as questões. Após fazer introdução de 6 linhas do texto, ela iniciou as perguntas da prova. Quando elas ficavam muito difíceis, voltava para a redação.
A estudante entregou também sua estratégia para não repetir palavras durante a redação: usar sinônimos presentes nas próprias questões do exame.
+ Como fazer um mapa mental, em 4 passos
Repertório pode ser coringa
Os repertórios de Yasmin na redação foram:
- O livro “Ensaio sobre a cegueira“, de José Saramago;
- Hannah Arendt, com sua citação “a essência dos Direitos Humanos é o direito a ter direitos”;
- E o livro “Leviatã” de Thomas Hobbes.
Os repertórios foram usadas na introdução, desenvolvimento um e desenvolvimento dois, respectivamente.
Yasmin defende o chamado “repertório coringa” para sustentar a argumentação do texto – que nada mais é do que uma citação, livro, filme ou outros que se encaixam em diferentes temas. Ou seja, são adaptáveis. Ela exemplificou usando Thomas Hobbes, autor que fala sobre a responsabilidade do Estado em sanar os problemas. Se há desigualdade, há culpa do governo, afirma a estudante.
+ 8 argumentos coringas para usar na redação do Enem
Na redação do Enem 2023, que tinha como tema os “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”, a jovem falou sobre as desigualdades sociais que mulheres marginalizadas sofrem devido ao descaso governamental.
Como prova de que os repertórios citados são mesmo “coringas”, Yasmin conta que também citou o livro “Ensaio sobre a Cegueira” em sua redação de 2021, ano em que foi aprovada em Agronomia. Naquela edição, o tema do Enem foi “Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil”, e ela conseguiu 960 de pontuação.
Além de estudar repertório, Yasmin aponta que também é importante praticar e fazer pelo menos de duas a três redações por semana.
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