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Crise no Enem: mais servidores devem sair do Inep na próxima semana

Reportagem da revista VEJA revela denúncias de assédio moral no Inep. Funcionários falam em desmonte do órgão

Por Juliana Morales
7 nov 2021, 15h03
Presidente do Inep, Danilo Dupas Ribeiro.
Presidente do Inep, Danilo Dupas Ribeiro.  (Inep/Divulgação)
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Mais servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo Enem e outras importantes avaliações, devem sair do órgão nessa semana, revela reportagem da revista VEJA publicada neste domingo (7). De acordo com a apuração, existe “a expectativa da saída de, ao menos, um diretor e alguns coordenadores”. O Ministério da Educação (MEC) já teria sido informado da possibilidade das saídas.

Na última semana, dois coordenadores ligados diretamente à aplicação do exame pediram exoneração. Hélio Júnio Rocha Moraes, coordenador-geral de Logística da Aplicação, e Eduardo Carvalho Sousa, coordenador-geral de Exames para Certificação, trabalhavam há mais de dez anos no órgão.

As duas saídas  preocupam servidores do Inep em relação a segurança e funcionamento do Enem 2021. Durante assembléia em frente ao prédio do Inep, em Brasília, na última quinta-feira (4), um grupo de funcionários denunciou uma suposta “falta de comando técnico” da presidência do órgão e como isso pode causar riscos para o exame. Segundo eles, a atual gestão promove um “clima de insegurança e medo”.

Faltando duas semanas para a aplicação do Enem, a crise da atual gestão do Inep, comandado por Danilo Dupas, pode se agravar. Documentos exclusivos obtidos por VEJA revelam que “a presidência exercida por Dupas e algumas diretorias subordinadas a ele têm imposto mudanças no quadro de funcionários sem consulta e vetado transferências que já haviam sido acertadas previamente entre quadros do Inep e suas chefias diretas”.

A reportagem denunciou ainda um processo de auditoria interna que desagradou os funcionários. Segundo relatos dos próprios servidores, incluindo estagiários e office boys, os funcionários foram chamados para entrevistas presenciais para detalhar suas atribuições. No entanto, eles afirmam que falta domínio técnico do trabalho que é realizado por parte dos entrevistadores.

“O objetivo desses encontros não é melhorar a eficiência do Inep, e sim dar argumentos para a presidência intensificar o processo de desmonte”, disse um assessor à reportagem da VEJA. Outra funcionária disse à revista que “o clima é de medo, desconfiança, intimidação, perseguição e insegurança psicológica” no órgão. O Inep não se posicionou sobre as apurações levantadas pela revista.

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Após a exoneração dos coordenadores Hélio Júnio e Educardo Carvalho, a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) se pronunciou por meio do Twitter. A entidade solicitou audiência pública com o Inep e o ministro da Educação, Milton Ribeiro, para cobrar explicações sobre o andamento do Enem.

 

 

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