Além da adultização: 3 vezes em que as crianças já foram tema de redação do Enem
Confira debates sobre a infância que já caíram no exame e prepare-se para esta edição

A palavra “adultização” resume um problema crescente, mas longe de ser novo: crianças e adolescentes sendo expostos a conteúdos, pressões e comportamentos típicos do mundo adulto. Esse tema ganhou força nas redes sociais depois que o influenciador Felca lançou um vídeo no YouTube que ultrapassou a marca de 30 milhões de visualizações em menos de uma semana.
No conteúdo, Felca denuncia produtores de vídeos que exploram a imagem infantil para ganhar cliques e cobra as plataformas digitais que ainda permitem a monetização desse tipo de material. O alerta não é novidade — o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) já prevê punições para quem expõe crianças a situações de vexame, constrangimento ou violação de intimidade, com pena de seis meses a dois anos de prisão. Mas a popularidade do vídeo fez o debate chegar mais longe.
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O que é adultização infantil?
A adultização infantil acontece quando crianças são expostas precocemente a comportamentos, responsabilidades e expectativas que pertencem ao universo adulto.
Ela pode ser percebida em sinais do dia a dia. Entre eles estão o uso precoce de roupas e maquiagens que carregam um apelo sexual; a repetição de falas, gestos e coreografias de caráter erótico; além do consumo sem filtro de músicas, vídeos e influenciadores que exploram esse tipo de conteúdo. Outro ponto de atenção é a pressão que muitas crianças e adolescentes sentem para “parecerem mais velhos”, enxergando isso como uma forma de aceitação social.
Os impactos da adultização não são pequenos: ansiedade, depressão, dificuldades de socialização e até problemas na construção da identidade podem surgir desse processo.
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O tema é urgente e atual, e por isso muitos professores especulam que ele possa ser cobrado no Enem. Caso ocorra, essa não seria a primeira vez que as crianças figuram na redação do exame.
Abaixo, apresentamos para você três vezes em que isso aconteceu. Confira!
2014: Publicidade infantil em questão no Brasil
Em 2014, a discussão girou em torno de uma resolução aprovada pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), que classificava a publicidade infantil como abusiva. A decisão dividiu opiniões: enquanto pais, mães e organizações não governamentais apoiavam a medida por proteger os pequenos, setores ligados ao mercado publicitário criticavam a restrição, alegando limitações à liberdade de expressão. O tema exigia que os alunos abordassem questões relacionadas à liberdade de expressão e proteção às crianças.
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2005: O trabalho infantil na realidade brasileira
O tema trouxe um trecho do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), reforçando o papel da família, da sociedade e do Poder Público na proteção dos direitos de crianças e adolescentes. Para embasar a reflexão, a proposta incluiu um infográfico que mostrava, região por região, quantos jovens ainda estavam submetidos ao trabalho infantil. A ideia era levar os candidatos a discutirem como esse problema afeta o país e quais caminhos poderiam ser pensados para combatê-lo.
2000: Direitos da criança e do adolescente: como enfrentar esse desafio nacional
A proposta foi acompanhada de uma charge do cartunista Argeli, que criticava o descumprimento dos direitos das crianças e adolescentes assegurados pelo artigo 227 da Constituição Federal. O desafio do candidato era analisar como esses direitos, mesmo previstos em lei, continuam sendo violados na prática e propor soluções para garantir sua efetividade.
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