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3 motivos para ler “A Amiga Genial”, eleito o livro do século pelo NYT

Livro de Elena Ferrante virou uma febre na última década, e listamos algumas razões para tamanho sucesso

Por Taís Ilhéu
Atualizado em 16 jul 2024, 10h35 - Publicado em 15 jul 2024, 15h00
capa do livro a amiga genial
 (Canva/Reprodução)
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A amiga genial“. Talvez você já tenha topado com este título antes de ele ser eleito pelo The New York Times como o livro do século.  Acontece que a obra consagrada pelo jornal mais famoso do mundo, depois de ouvir a opinião de 503 pessoas imersas no universo literário, já sacude o mundo há anos. A primeira razão é a curiosidade em torno da autora: Elena Ferrante é, na verdade, um pseudônimo, e ninguém conhece a identidade da pessoa real por trás dos livros. O segundo motivo para tamanho burburinho é a obra em si, considerada revolucionária. Não à toa, a recepção calorosa deste e outros livros da autora ganhou o nome de “febre Ferrante”.

Abaixo, conheça um pouco a história do livro do século e três motivos para começar a lê-lo o quanto antes.

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Sobre o que fala “A amiga genial”

Ambientado na Nápoles do pós-Guerra, o primeiro romance da chamada “Tetralogia Napolitana” começa quando Elena Greco, a Lenu, recebe um telefonema do filho de Rafaella Cerullo relatando o desaparecimento de sua mãe. Rafaella, que nas páginas seguintes do livro nos habituaremos a chamar de Lila, é (ou foi) a melhor amiga de Lenu, e a esta altura ambas já estão idosas.

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O sumiço faz ressurgir uma mágoa – misturada à inveja, admiração e um bocado de outros sentimentos – que a escritora Lenu nutre há décadas pela amiga, e ela resolve então contar toda a história das duas, desde quando se conheceram na infância.

A partir daí, a narradora-personagem transporta os leitores para um bairro da periferia de Nápoles na década de 1950, onde cresceu uma vida de privações e violência. A experiência é compartilhada com a melhor amiga, que o leitor logo assume como sendo a “amiga genial” do título pela forma como é descrita. Aos olhos de Lenu, Lila é audaciosa, corajosa, enfrenta outras crianças e os adultos, homens e mulheres. Não demonstra ser esforçada na escola, mas aprendeu a ler e escrever antes de todos. Faz uma leitura única do seu entorno, e parece enxergar o que ninguém mais vê. É, por tudo isso, excepcional.

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No início, as duas amigas partilham sonhos e fazem planos para o futuro — como o de escrever, juntas, um livro semelhante ao “Mulherzinhas”, de Louisa May Alcott. Mas conforme crescem, a realidade se impõe e a dupla segue caminhos diferentes. Enquanto Lila é impedida de estudar pelos pais – sofrendo inclusive violências físicas, como ser atirada por uma janela – a narradora consegue aos tropeços seguir na escola, estudando com livros doados e sob o julgamento da família.

“A Amiga Genial” segue no encalço de Lila e Lenu da infância até o início da adolescência. Os outros livros da série – “História do novo sobrenome”, “História de quem foge e quem fica” e “História da Menina Perdida” – percorrem a vida adulta e terminam na velhice das protagonistas.

Por que ler “A Amiga Genial”

Ainda não está convencido? O GUIA DO ESTUDANTE listou três razões que tornam o primeiro livro da Tetralogia Napolitana tão especial.

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1. A complexidade das relações humanas

Dificilmente você encontrará alguém que leu “A Amiga Genial” (ou toda a série napolitana) e que nutra apenas sentimentos bons em relação às personagens. Um dos maiores méritos da obra de Elena Ferrante é que nada é raso. As personagens que em um capítulo amamos, no seguinte passamos a detestar – não dá para “torcer” apenas por Lila ou por Lenu, ou defender uma em detrimento de outra. O livro mostra o quão complexas as pessoas e as relações humanas podem ser.

A amizade entre as duas protagonistas é o exemplo maior disto. Ao mesmo tempo em que admira e ama a amiga Lila, Lenu também a inveja, e a pinta como uma pessoa cruel. São contradições que colocam o leitor para pensar, e fazem perceber que nada pode ser tão simples ou racional quanto se deseja.

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2. O mundo pelos olhos das mulheres

Embora ninguém conheça o nome por trás de Elena Ferrante, muitos defendem que certamente trata-se de uma mulher, e basta ler alguns capítulos de “A amiga genial” para entender o porquê desta defesa. Ao longo da história, as amigas deparam-se com violências de todas as ordens – físicas, sexuais e psicológicas. Em casa ou nas ruas, são alvo de pancadaria dos pais, irmãos e colegas. Os vizinhos adolescentes mais ricos do bairro vez ou outra atraem meninas mais novas para dentro do carro e as violentam. São desincentivadas a estudar, e conforme crescem percebem que suas opiniões ou qualquer atributo intelectual são constantemente questionados.

Debatendo também questões políticas e sobretudo de classe, o livro oferece uma oportunidade única para os leitores, seja de identificação ou de conhecer o mundo por um ponto de vista nunca antes experimentado.

3. À la Dom Casmurro: o narrador não confiável

Se você é obcecado pelo dilema “Capitu traiu ou não traiu Bentinho”, de Dom Casmurro, certamente vai se divertir com a narradora de “A amiga genial”. Assim como acontece com o clássico de Machado de Assis, a história de Elena Ferrante é contada a partir de um único ponto de vista: o de Lenu.

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Por isso, a amiga (e um pouco rival) Lila é descrita com contornos quase sobre-humanos, idealizados. Seria Lila realmente tão inteligente quanto Lenu nos narra? Será que seu poder de influência sobre as pessoas é real, ou apenas uma projeção da amiga? E as suas atitudes maldosas, seriam mesmo tão deliberadas quanto Lenu acredita?

Esses dilemas, que assim como o “traiu ou não traiu?” nunca terão uma resposta, certamente tornam a leitura mais interessante.

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