Idade Moderna: Como cai na prova
1. (UERJ 2015)
Nos séculos XVI e XVII, o surgimento e a expansão de diversas religiões cristãs, genericamente chamadas de protestantes, alteraram as condições políticas e sociais do Ocidente europeu. Identifique dois efeitos políticos da expansão das Igrejas protestantes para as sociedades europeias. Apresente, ainda, uma das reações da Igreja Católica a essa expansão.
2. (UNICAMP 2015) A primeira lei de Kepler demonstrou que os planetas se movem em órbitas elípticas e não circulares. A segunda lei mostrou que os planetas não se movem a uma velocidade constante.
PERRY, Marvin. Civilização Ocidental: uma História Concisa. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p. 289. (Adaptado)
É correto afirmar que as leis de Kepler
- a) confirmaram as teorias definidas por Copérnico e são exemplos do modelo científico que passou a vigorar a partir da Alta Idade Média.
- b) confirmaram as teorias defendidas por Ptolomeu e permitiram a produção das cartas náuticas usadas no período do descobrimento da América.
- c) são a base do modelo planetário geocêntrico e se tornaram as premissas cientificas que vigoram até hoje.
- d) forneceram subsídios para demonstrar o modelo planetário heliocêntrico e criticar as posições defendidas pela Igreja naquela época.
3. (FATEC 2016) Sobre as Grandes Navegações Portuguesas e seus desdobramentos históricos, é correto afirmar que
- a) esse contexto é fruto do processo revolucionário comandado pelo presidente Antônio Salazar, que, posteriormente, utilizou as terras descobertas no além-mar para exilar seus opositores políticos.
- b) Portugal, interessado nas especiarias orientais, cujo comércio era controlado pelos mercadores italianos e árabes, procurou novas rotas para atingir as índias e eliminar esses intermediários.
- c) a fragmentação política do reino, consequência da Revolução de Avis, ocorrida em 1385, atrasou em pelo menos dois séculos o desenvolvimento das condições necessárias para a realização das primeiras viagens.
- d) Portugal foi o último reino europeu a se lançar na aventura das viagens marítimas, devido, principalmente, a uma grande crise econômica, o que impediu o desenvolvimento da tecnologia necessária para as travessias oceânicas.
- e) os portugueses, impulsionados pela concorrência da economia da Inglaterra, optaram por tomar posse da sua colônia americana, o Brasil, e iniciar a produção do algodão que iria abastecer os mercados internacionais no século XVI.
4. (PUC-RS 2015) Considere o texto abaixo, de G. F. de Oviedo, que relata o estabelecimento do império espanhol na América, no livro L’ Histoire des Indies, publicado no ano de 1555. “O almirante Colombo encontrou, quando descobriu esta ilha Hispaniola, um milhão de índios e índias (…) dos quais, e dos que nasceram desde então, não creio que estejam vivos, no presente ano de 1535, quinhentos, incluindo tanto crianças como adultos (…). Alguns fizeram esses índios trabalhar excessivamente. Outros não lhes deram nada para comer como bem lhes convinha. Além disso, as pessoas dessa região são naturalmente tão inúteis, corruptas, de pouco trabalho, melancólicas, covardes, sujas, de má condição, mentirosas, sem constância e firmeza (…). Vários índios, por prazer e passatempo, deixaram-se morrer com veneno para não trabalhar. Outros se enforcaram pelas próprias mãos. E quanto aos outros, tais doenças os atingiram que em pouco tempo morreram (…). Quanto a mim, eu acreditaria antes que Nosso Senhor permitiu, devido aos grandes, enormes e abomináveis pecados dessas pessoas selvagens, rústicas e animalescas, que fossem eliminadas e banidas da superfície terrestre.
Apud ROMANO, Ruggiero. Mecanismos da Conquista Colonial. São Paulo: Perspectiva, 1973, p. 76
Considerando o contexto histórico, pode-se afirmar que o texto de Oviedo representa
- a) o pensamento singular de um ideólogo extremista do absolutismo espanhol, em oposição ao sistema do Real Padroado e suas repercussões na América colonial.
- b) a posição de um intelectual cristão renascentista que busca denunciar o caráter semifeudal da expansão ultramarina ibérica, sintetizado na figura de Colombo.
- c) uma justificativa, de fundo religioso-moral, para o genocídio decorrente da exploração colonial, cujos pressupostos são correntes no universo cultural europeu da época.
- d) uma defesa, em termos racistas e preconceituosos, dos massacres promovidos pelos primeiros colonos espanhóis, que agiam contra os interesses econômicos do Estado Absolutista.
- e) uma visão irônica, de caráter naturalista e raciológico, a respeito da inutilidade da violência praticada pelos colonizadores civis espanhóis no chamado período da Conquista.
RESOLUÇÃO
1. A Reforma Protestante é um movimento de caráter religioso, político e econômico que surge na Europa no século XVI. Contesta a estrutura e os dogmas da Igreja Católica e rompe a unidade do cristianismo, dando origem às religiões ditas protestantes. As mais importantes são o luteranismo, o calvinismo e o anglicanismo. As reformas protestantes provocaram diversos efeitos políticos. O primeiro reformista, o alemão Martinho Lutero (1483-1546), pregou a substituição do poder eclesiástico pelo do Estado, a simplificação da liturgia e o fim do celibato clerical e do culto às imagens. Foi excomungado, mas suas ideias se difundiram rapidamente, provocando guerras de religião no Sacro Império Romano-Germânico e terminando com a aceitação do luteranismo pelo imperador. Já na França, o religioso João Calvino (1509-1564) pregou que o homem deve buscar o lucro por meio do trabalho, conquistando o apoio da burguesia. Na Inglaterra, após ter um pedido de divórcio negado pelo papa e interessado em se sobrepor à autoridade católica em seu país, o rei Henrique VIII (1491-1547) fundou a Igreja Anglicana. Mas a Igreja Católica reagiu à Reforma Protestante em um movimento conhecido como Contrarreforma. Em 1545, o papa Paulo III convocou o Concílio de Trento para defender a disciplina eclesiástica e a unidade da Igreja. Ele regulou as obrigações do clero e limitou o excesso de luxo na vida dos religiosos. Também instituiu o índice de livros proibidos (Index Librorum Prohibitorum), que relacionou as obras que os católicos não poderiam ler, sob pena de excomunhão. O órgão encarregado da repressão às heresias e da aplicação das medidas da Contrarreforma foi a Inquisição.
2. O contexto em questão é o do Renascimento Científico, ocorrido durante o Renascimento Cultural dos séculos XIV, XV e XVI. O pensamento defendido até então e propagado pela Igreja Católica era o geocêntrico, pelo qual a Terra se encontrava no centro do Universo, com o Sol girando ao seu redor. O alemão Johannes Kepler, tomando por base as críticas de Copérnico ao geocentrismo, defendia o heliocentrismo, pensamento pelo qual o Sol seria o centro do sistema.
Resposta: D
3. O interesse pelo lucrativo comércio das especiarias do Oriente levou Portugal a procurar uma rota alternativa, que não exigisse o intermédio de comerciantes árabes no Índico e nem de italianos no Mediterrâneo. Para tanto, os portugueses iniciaram a conquista do litoral africano, a partir da ocupação de Ceuta, em 1415. A realização do Périplo Africano permitiu aos portugueses alcançarem a Índia por uma rota mais eficaz do que as dominadas por árabes e italianos.
Resposta: B
4. De acordo com o autor, o extermínio dos nativos da América espanhola poderia ser justificado por uma questão religiosa e moral: ao serem considerados preguiçosos, pecadores e desprovidos de vontade de trabalho, a grande quantidade de mortos teria sido um castigo divino. No contexto da colonização na América, o argumento de que os nativos eram preguiçosos e distantes do verdadeiro Deus, foi utilizado para justificar sua escravização e extermínio.
Resposta: C
RESUMO
Idade moderna
RENASCIMENTO O Renascimento, movimento intelectual, artístico e científico ocorrido na Europa entre os séculos XIV e XVI, representou importantes rupturas com o pensamento da Idade Média. O humanismo, elemento primordial do movimento, considerava o ser humano o centro das questões. Outras características importantes do movimento foram o naturalismo (representação fiel da realidade) e o racionalismo (valorização da razão).
REFORMA PROTESTANTE Paralelamente ao Renascimento, a Europa foi tomada pela Reforma Protestante, movimento de caráter político, religioso e econômico. O poder da Igreja era desafiado pela burguesia, para quem o catolicismo freava as atividades bancárias e comerciais, e pelas monarquias nacionais, cada vez mais fortalecidas. Iniciada pelo alemão Martinho Lutero, os reformistas contestavam os dogmas da Igreja Católica. João Calvino, na Suíça, e Henrique VIII, na Inglaterra, são os outros grandes nomes da Reforma.
ANTIGO REGIME O Antigo Regime foi um estilo de governo predominante na Europa durante a Idade Moderna. Na esfera política, foi marcado pelo absolutismo – o poder estava nas mãos do rei. No plano econômico, vigorava o mercantilismo – intervencionista e protecionista, o acúmulo de capital era o seu principal objetivo. O fortalecimento do poder real era defendido por vários pensadores da época, como o italiano Nicolau Maquiavel, autor de O Príncipe, e Thomas Hobbes, que escreveu Leviatã.
EXPANSÃO MARÍTIMA E COLONIZAÇÃO A expansão marítima teve início com as grandes viagens exploratórias dos europeus entre os séculos XV e XVI, que tinham como principal objetivo romper com o monopólio no comércio de especiarias, controlado por Gênova e Veneza. A descoberta de novas terras e rotas comerciais resultou na formação de grandes impérios coloniais e fez do Velho Mundo o centro do comércio mundial.
REVOLUÇÕES INGLESAS DO SÉCULO XVII Duas revoluções aconteceram na Inglaterra no século XVII: a Revolução Puritana (1642), que derrubou a monarquia e alçou, temporariamente, ao poder um regime republicano, e a Revolução Gloriosa (1688), que pôs fim ao absolutismo e consolidou a supremacia do Parlamento sobre a autoridade real. A burguesia foi o setor da sociedade mais beneficiado pelas revoluções inglesas.
ILUMINISMO No século XVIII, fortaleceu-se no continente europeu o Iluminismo, corrente de pensamento que defendia o predomínio da razão sobre a fé. As críticas dos iluministas eram, fundamentalmente, contra o Antigo Regime, pregando o liberalismo político e econômico. Os três nomes mais significativos do Iluminismo francês foram os filósofos Voltaire, Montesquieu e Jean-Jacques Rousseau. Na economia, o escocês Adam Smith fundou as bases do liberalismo econômico, pregando a livre concorrência e a não intervenção do Estado.