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Idade Média: Como cai na prova

1. (UNICAMP 2016) Reproduz-se, abaixo, trecho de um sermão do bispo Cesário de Arles (470-542), dirigido a uma paróquia rural.

“Vede, irmãos, como quem recorre à Igreja em sua doença obtém a saúde do corpo e a remissão dos pecados. Se é possível, pois, encontrar este duplo benefício na Igreja, por que há infelizes que se empenham em causar mal a si mesmos, procurando os mais variados sortilégios: recorrendo a encantadores, a feitiçarias em fontes e árvores, amuletos, charlatães, videntes e adivinhos?”

Fonte: https://www.institutosapientia.com.br/site/index.php?option=co_content&view=article&id=1397:sao-cesariode-arles-sermao-13-parauma-paroquia-rural&catid=28: outros-artigos&Itemid=285

A partir desse sermão, escrito no sul da atual França, é correto afirmar que:

  1. a) A Igreja Católica assumia funções espirituais e deixava à nobreza o cuidado da saúde dos camponeses, através de ordens religiosas e militares.
  2. b) O cristianismo tinha penetrado em todas as categorias sociais e era interpretado da mesma forma através da autoridade dos bispos.
  3. c) Práticas consideradas menos ortodoxas por Cesário de Arles ainda encontravam espaço em setores da sociedade e a elite da Igreja tentava se afirmar como o único acesso ao sagrado.
  4. d) O avanço do materialismo estava afastando da Igreja os camponeses, que, com isto, deixavam de pagar os dízimos eclesiásticos.

 

2.  (MACKENZIE 2015) As Cruzadas, durante a Idade Média, representaram uma forma de solução para os problemas decorrentes do início da desestruturação do regime feudal. A expressão “Cruzada” “derivou-se do fato de seus integrantes considerarem-se soldados de Cristo”. Tais expedições constituíram-se em

  1. a) empreendimentos de caráter militar, voltadas contra os inimigos da Cristandade, sem o apoio formal da Igreja Católica, mas patrocinadas por nobres feudais, que garantiam privilégios materiais aos participantes.
  2. b) oportunidades oferecidas em uma sociedade fortemente religiosa, mais clerical do que civil, em que o pecado e o crime equivaliam à mesma coisa, ou seja, de o cruzado obter a indulgência, ou perdão aos seus pecados.
  3. c) movimentos nos quais tanto a iniciativa de lutar contra os infiéis quanto a de reconquistar a Terra Santa partia de muitos indivíduos não combatentes, como mercadores, artesãos, mulheres e crianças, motivados pela fé.
  4. d) iniciativas militares, cujos recursos materiais para sustentar os cruzados provinham da Igreja Católica, única interessada na reconquista da região.
  5. e) possibilidades para escapar das dívidas e dos pagamentos dos tributos à Igreja e aos senhores feudais, já que o cruzado, ao participar dessas expedições, conseguia uma moratória estendida para toda sua vida.

 

3. (FUVEST 2016) Assim como o camponês, o mercador está a princípio submetido, na sua atividade profissional, ao tempo meteorológico, ao ciclo das estações, à imprevisibilidade das intempéries e dos cataclismos naturais. Como, durante muito tempo, não houve nesse domínio senão necessidade de submissão à ordem da natureza e de Deus, o mercador só teve como meio de ação as preces e as práticas supersticiosas. Mas, quando se organiza uma rede comercial, o tempo se torna objeto de medida. A duração de uma viagem por mar ou por terra, ou de um lugar para outro, o problema dos preços que, no curso de uma mesma operação comercial, mais ainda quando o circuito se complica, sobem ou descem – tudo isso se impõe cada vez mais à sua atenção. Mudança também importante: o mercador descobre o preço do tempo no mesmo momento em que ele explora o espaço, pois para ele a duração essencial é aquela de um trajeto.

Fonte: Jacques Le Goff. Para uma Outra Idade Média. Petrópolis: Vozes, 2013. Adaptado.

O texto associa a mudança da percepção do tempo pelos mercadores medievais ao

  1. a) respeito estrito aos princípios do livre-comércio, que determinavam a obediência às regras internacionais de circulação de mercadorias.
  2. b) crescimento das relações mercantis, que passaram a envolver territórios mais amplos e distâncias mais longas.
  3. c) aumento da navegação oceânica, que permitiu o estabelecimento de relações comerciais regulares com a América.
  4. d) avanço das superstições na Europa ocidental, que se difundiram a partir de contatos com povos do leste desse continente e da Ásia.
  5. e) aparecimento dos relógios, que foram inventados para calcular a duração das viagens ultramarinas.

 

4. (ENEM 2015) CALENDÁRIO MEDIEVAL, SÉCULO XV.

Idade Média: Como cai na prova

Fonte: https://www.ac-grenoble.fr

Os calendários são fontes históricas importantes, na medida em que expressam a concepção de tempo das sociedades. Essas imagens compõem um calendário medieval (1460-1475) e cada uma delas representa um mês, de janeiro a dezembro. Com base na análise do calendário, apreende-se uma concepção de tempo

  1. a) cíclica, marcada pelo mito arcaico do eterno retorno.
  2. b) humanista, identificada pelo controle das horas de atividade por parte do trabalhador.
  3. c) escatológica, associada a uma visão religiosa sobre o trabalho.
  4. d) natural, expressa pelo trabalho realizado de acordo com as estações do ano.
  5. e) romântica, definida por uma visão bucólica da sociedade.

 

RESOLUÇÃO

1. A cidade de Arles, atualmente uma comuna francesa, situava-se na chamada Gália Meridional do Império Romano, que havia sido recém-conquistada pelos “bárbaros” germânicos no contexto expresso no texto (final do século V, início do século VI). Por ter sido a única instituição a ter sobrevivido à crise do Império Romano, havia um desejo da Igreja Católica de evitar que padrões religiosos não católicos (pagãos) fossem difundidos junto à população por ela dominada. Essas práticas, normalmente resquícios de cultos locais ou trazidas pelos invasores germânicos, ameaçavam a supremacia católica no continente. Por isso a necessidade do catolicismo de homogeneizar as práticas religiosas e se mostrar como única alternativa para o “acesso ao sagrado”.

Resposta: C

2. A questão aponta para o fato de o aspecto religioso, a reconquista da Terra Santa, em mãos dos muçulmanos, ter sido o principal fator para as Cruzadas e para o fato de que os participantes dos movimentos, pecadores ou criminosos, poderiam obter o perdão de seus erros caso participassem da guerra santa cristã. De forma geral, as Cruzadas podem ser definidas como expedições militares, lideradas pela nobreza e apoiadas pela Igreja Católica. Para a nobreza e para alguns reis, a conquista de territórios no Oriente significaria a possibilidade de aumento de seu poder político. Já para a Igreja, o sucesso do empreendimento garantiria a manutenção de seu poder na região, ameaçado pela expansão muçulmana, e a garantia de seu prestígio na Europa, onde se iniciava a crise do feudalismo, levando seu domínio a ser contestado.

Resposta: B

3. A interpretação do texto aponta para o Renascimento Comercial e Urbano, durante a Baixa Idade Média, quando ocorre um aumento das atividades mercantis graças aos efeitos do movimento cruzadístico. De acordo com o excerto, o cálculo do tempo para percorrer determinadas distâncias, ampliadas pela atividade comercial, garantia aos mercadores um controle e um planejamento mais eficientes de sua atividade. Pode-se concluir que, para esses mercadores, tempo era, também, dinheiro.

Resposta: B

4. Durante a Idade Média as atividades produtivas e sociais, de uma forma geral, estavam diretamente ligadas às condições climáticas, já que a Europa apresentava estações bem definidas. Em uma questão com as características do Enem, que por vezes exigem apenas uma atenta observação do enunciado e/ou das imagens, o candidato poderia notar como cada mês do calendário está relacionado à execução de algum tipo de trabalho – neste caso, a única que menciona alguma atividade produtiva é a alternativa D.

Resposta: D

RESUMO

Idade Média

O PODER DA IGREJA Quando o cristianismo foi transformado em religião oficial do Império Romano, em 391, a Igreja passou a acumular fortunas e vastos territórios, além de monopolizar o conhecimento. Para aumentar seu poder, a Igreja usou o pretexto do combate às heresias (práticas contrárias à sua doutrina). O maior símbolo da repressão foi a Inquisição, que julgava e condenava os hereges.

FILOSOFIA NA IDADE MÉDIA Os principais filósofos do período foram ideólogos católicos: Santo Agostinho, durante a Alta Idade Média, afirmava que a fé superava a razão, retomando Platão; São Tomás de Aquino buscou conciliar a fé cristã com o racionalismo da filosofia grega, no período de crise do feudalismo (Baixa Idade Média) e promoveu a cristianização do pensamento de Aristóteles.

IMPÉRIO ÁRABE A construção desse império só foi possível depois que o islamismo uniu politicamente as várias tribos da Península Arábica. Com a morte do líder religioso Maomé, no século VII, o poder passou para a mão dos califas. Os árabes conquistaram vastos territórios, onde permaneceram por séculos. No século XIII, conflitos políticos e religiosos enfraqueceram o império. A partir daí, os mongóis ocuparam Bagdá (1258), e os espanhóis reconquistaram a Península Ibérica (1492).

REINO FRANCO O Reino Franco foi o mais estável e duradouro entre os reinos bárbaros. Formou-se no século V, quando os francos conquistaram a Gália, atual França. Na dinastia Merovíngia, o rei Clóvis uniu os francos, antes divididos em tribos. O apogeu veio durante o Império Carolíngio, no reinado de Carlos Magno, coroado imperador pelo papa. Mais tarde, guerras sucessórias fragilizaram o império e fortaleceram a nobreza local, resultando na consolidação do feudalismo na Europa.

FEUDALISMO Esse foi o principal sistema político, econômico e social na Europa medieval. A sociedade tinha pouca mobilidade e estava dividida em dois estamentos (proprietários e trabalhadores) e três estados ou ordens (clero, nobreza e campesinato). O poder era descentralizado, e as relações sociais eram norteadas pelas relações de vassalagem e suseriania, nas quais o suserano doava terras ao vassalo em troca de fidelidade e apoio militar. O feudalismo entrou em colapso no século XIII, dando lugar ao capitalismo.

CRUZADAS Foram expedições organizadas pela Igreja para reconquistar a Terra Santa (Jerusalém). Suas principais motivações foram a necessidade de restabelecer o comércio com o Oriente e de obter novas terras para elevar a produção agrícola e dar conta do aumento populacional. As nove Cruzadas oficiais se estenderam até o século XIII. A reabertura do Mediterrâneo ao comércio contribuiu para a formação das cidades e foi decisiva para que o feudalismo fosse substituído pelo capitalismo.

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