Idade Contemporânea: Como cai na prova
1. (UNIFOR 2015) A Primeira Revolução Industrial desenvolveu- -se na Inglaterra, a partir da metade do século XVIII. Este acontecimento histórico provocou profundas transformações tecnológicas, organizacionais e sociais. O surgimento da Indústria Moderna estruturou uma nova sociedade e expandiu-se, depois, por vários países do mundo. Assinale a alternativa correta sobre este assunto:
- a) A Primeira Revolução Industrial aumentou a produtividade do trabalho e, com isto, promoveu uma melhor distribuição de renda desde o início.
- b) A Primeira Revolução Industrial foi caracterizada pela formação de cartéis, trustes e “holdings”.
- c) A nova classe de trabalhadores adaptou-se rapidamente às máquinas, pois estas diminuíam o esforço físico.
- d) A fonte básica de energia usada na Revolução foi o querosene.
- e) A máquina a vapor, o tear mecânico e a energia gerada pelo carvão são acontecimentos básicos da Revolução.
2. (PUC-RJ 2015) A Revolução Francesa foi vivenciada, por muitos dos atores envolvidos, como uma ruptura com o Antigo Regime. O próprio conceito de Antigo Regime era utilizado pelos revolucionários para nomear a organização social e política anterior a 1789. As alternativas abaixo apresentam transformações que representavam uma ruptura com essa organização.
Assinale a alternativa INCORRETA:
- a) A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, proclamando a igualdade de todos os cidadãos perante a lei.
- b) A sanção da Constituição Civil do Clero, transformando os sacerdotes católicos paroquiais em funcionários públicos.
- c) A eliminação do feudalismo, suprimindo os privilégios dos senhores feudais.
- d) A abolição dos dízimos e da propriedade privada como direito inviolável e sagrado.
- e) A supressão da Monarquia absoluta e a defesa do princípio da soberania do povo.
3. (FGV ECONOMIA 2015) Em nome do direito de viver da humanidade, a colonização, agente da civilização, deverá tomar a seu encargo a valorização e a circulação das riquezas que possuidores fracos detenham sem benefício para eles próprios e para os demais. Age-se, assim, para o bem de todos. (…) [A Europa] está no comando e no comando deve permanecer.
Albert Sarrault, Grandeza y servidumbres coloniales Apud Hector Bruit, O Imperialismo, 1987, p. 11.
A partir do fragmento, é correto afirmar que
- a) a partilha afro-asiática da segunda metade do século XIX, liderada pela Inglaterra e França, fruto da expansão das relações capitalistas de produção, garantiu o controle de matérias-primas estratégicas para a indústria e a colonização como missão civilizadora da raça branca superior.
- b) o velho imperialismo do século XVI foi produto da revolução comercial pela procura de novos produtos e mercados para Portugal e Espanha que, por meio do exclusivo metropolitano e do direito de colonização sobre os povos inferiores, validando os superlucros da exploração colonial.
- c) o novo imperialismo da primeira metade do século XIX, na África e Oceania, consequência do capitalismo comercial, impôs o monopólio da produção colonial, em especial, para a Grã-Bretanha que, de forma pacífica, defendeu o direito de colonização sobre os povos inferiores.
- d) o colonialismo do século XVI, na África e Ásia, tornou essas regiões fontes de matérias-primas e mercados para a Europa, em especial Alemanha e França, que, por meio da guerra, submeteram os povos inferiores e promoveram a industrialização africana.
- e) a exploração da África e da Ásia na segunda metade do século XVII, pelas grandes potências industriais, foi um instrumento eficaz para a missão colonizadora daquelas áreas atrasadas e ampliou o domínio europeu em nome do progresso na medida em que implantou o monopólio comercial.
4. (ESAMC 2015 – adaptado) Leia o fragmento abaixo para responder a questão:
Jamais a face do globo e a vida humana foram tão dramaticamente transformadas quanto na era que começou sob as nuvens em cogumelo de Hiroshima e Nagasaki. Mas como sempre a história tomou apenas consciência marginal das intenções humanas, mesmo as dos formuladores de decisões nacionais. A verdadeira transformação social não foi pretendida nem planejada. E, de qualquer modo, a primeira contingência que se teve que enfrentar foi o imediato colapso da grande aliança antifascista. Assim que não mais houve um fascismo para uni-los contra si, capitalismo e comunismo mais uma vez se prepararam para enfrentar um ao outro como inimigos mortais.
Fonte: HOBSBAWM, Eric J. Era dos Extremos. SP: Companhia das Letras, 1995, p. 177.
A leitura das informações e do contexto por elas retratado nos permite inferir que:
- a) apesar das disputas ideológicas do pós-Segunda Guerra, as perdas humanas provocadas pelas bombas atômicas levaram as potências a não se enfrentarem em uma nova guerra, evitando, assim, uma destruição ainda maior.
- b) a bipolarização ideológica da Guerra Fria teve como principais causas o fim do fascismo e a tentativa dos Estados Unidos de impedir uma nova catástrofe nuclear, uma vez que a URSS detinha a tecnologia atômica.
- c) apesar da destruição humana provocada pelas bombas atômicas, para as potências fortalecidas após a guerra, o mais importante era demonstrar sua força e garantir sua supremacia no mundo bipolar da Guerra Fria.
- d) sem a aliança antifascista, capitalismo e socialismo voltaram a se enfrentar após a Segunda Guerra, o que levou à redução dos arsenais atômicos como forma de evitar uma nova tragédia nuclear.
- e) a utilização das bombas atômicas pelos Estados Unidos pode ser entendida como um recado para a URSS, o que levou os soviéticos a não desenvolverem armar nucleares e nem se envolverem em guerras contra os EUA.
RESOLUÇÃO
1. As tecnologias desenvolvidas são consideradas marcos que determinam as fases da Revolução Industrial. Em sua primeira etapa, entre meados dos séculos XVIII e XIX, as principais tecnologias foram o carvão e o ferro. O carvão utilizado como força motriz das máquinas e como combustível para as locomotivas e barcos a vapor, e o ferro como matéria-prima para a construção das próprias máquinas. A invenção do tear mecânico é considerada o marco inicial desse processo. Apesar de aumentar a produtividade e o lucro dos proprietários das manufaturas, a situação dos trabalhadores não melhorou com o advento da Revolução Industrial. Pelo contrário: os operários eram submetidos a duras condições, com longas e desgastantes jornadas de trabalho em troca de salários baixíssimos.
Resposta: E
2. A alternativa D está incorreta, pois os revolucionários franceses utilizaram como base teórica para seu movimento as ideias iluministas, baseadas nos princípios do liberalismo desenvolvido por John Locke na Inglaterra do século XVII, que pregavam a inviolabilidade da propriedade privada, considerada por estes como direito natural e sagrado. A referência à abolição dos dízimos presente na alternativa está correta, uma vez que foi durante o processo revolucionário que se efetivou a separação entre o Estado e a Igreja, tendo sido abolidos os privilégios do clero.
Resposta: D
3. As novas tecnologias surgidas com a Segunda Revolução Industrial, a partir da segunda metade do século XIX, como a eletricidade, o aço e o petróleo, promoveram um significativo aumento da produção dos países industrializados, como França e Inglaterra. A necessidade de novas matérias-primas, da ampliação de mercados consumidores, do escoamento da população excedente nas áreas europeias e de locais para investimentos de capitais das grandes empresas acabaram levando as potências europeias a ocuparem a África e a Ásia, impondo seu imperialismo. O Imperialismo foi justificado tomando por base as ideias de Darwin e Spencer (Darwinismo Social), colocando o invasor como civilizador, humanista e filantropo, que levava a civilização para regiões onde ela não poderia se desenvolver de forma espontânea.
Resposta: A
4. De acordo com o excerto e com o contexto histórico do imediato pós-Segunda Guerra Mundial, o fim do nazifascismo eliminou a tênue aliança existente entre Estados Unidos (EUA) e União Soviética (URSS), acirrando tensões que ficaram suspensas durante o conflito. Caracterizado pela Guerra Fria, conflito ideológico, político, econômico e militar entre as duas potências, o pós-Guerra inaugurou uma fase na qual os inimigos se armaram e procuraram demonstrar ao outro lado que, caso a guerra eclodisse novamente, seu potencial seria mais devastador. Após a apresentação ao mundo da bomba atômica da URSS (1949), acirrou-se a corrida nuclear, em um movimento que levou as duas superpotências a expandir seu arsenal atômico. Durante o período, houve enfrentamentos em que os países envolvidos acabavam se alinhando com EUA ou URSS. Foi o caso da Guerra da Coreia, na qual o sul teve o apoio norte-americano e o norte contou com a ajuda soviética. Mas, apesar das tensões surgidas ao longo do período, uma guerra direta entre as superpotências seria praticamente impossível, uma vez que, para vencer o inimigo, não haveria outra possibilidade a não ser a destruição mútua.
Resposta: C
RESUMO
Idade contemporânea
REVOLUÇÃO FRANCESA Inspirada pelas ideias iluministas, a burguesia francesa foi responsável pelo primeiro grande movimento europeu de derrubada do Antigo Regime. Com o apoio popular e sob o lema “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, eliminou os últimos resquícios feudais do continente, pondo fim aos privilégios do clero e da nobreza, abrindo caminho para o capitalismo industrial no país.
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL A Revolução Industrial alterou profundamente as antigas relações de produção agrárias e consolidou o capitalismo, caracterizado pela propriedade privada dos meios de produção e pelo trabalho assalariado. Inicialmente restrita ao território inglês, a Revolução se espalhou pelo mundo ao longo dos séculos XVIII e XIX. Divide-se, tradicionalmente, em três etapas: a I, a II e III Revolução Industrial.
IMPERIALISMO E I GUERRA MUNDIAL Um dos principais efeitos da Revolução Industrial foi o aumento da produção em escala global e a necessidade de expandir os mercados consumidores. As disputas por esses mercados entre as potências levaram à partilha da África e da Ásia, responsável pelos conflitos que deflagraram a I Guerra Mundial. Ao final do conflito, a Alemanha foi derrotada, sendo obrigada a ceder territórios e pagar indenizações. Houve também os desmembramentos dos Impérios Austro-Húngaro e Turco-Otomano.
NAZIFASCISMO E II GUERRA MUNDIAL Após a I Guerra Mundial, países como Itália e Alemanha viviam em situação desesperadora. Com um discurso nacionalista e de natureza autoritária, o nazifascismo ganhou força. O expansionismo característico desses regimes totalitários levou a um novo desequilíbrio, responsável pela eclosão da II Guerra Mundial. Ao final do conflito, Alemanha e Itália estavam arrasadas. No Oceano Pacífico, os combates foram encerrados com o lançamento de duas bombas atômicas pelos norte-americanos no Japão, matando milhares de pessoas e encerrando definitivamente o conflito.
GUERRA FRIA Após o fim da II Guerra, o mundo se dividiu no bloco capitalista, liderado pelos EUA, e no socialista, encabeçado pela União Soviética. Apesar de não haver embate direto entre as duas potências atômicas, conflitos como as Guerras da Coreia e do Vietnã e episódios como a Revolução Cubana tiveram participação ativa de EUA e União Soviética e foram influenciados pela polarização ideológica da Guerra Fria.
FIM DA URSS A partir da segunda metade da década de 1980, uma série de reformas políticas levou ao colapso do regime soviético. Paralelamente, a pressão dos movimentos pródemocracia e nacionalistas fez ruir o bloco socialista. Esse processo marcou o fim da Guerra Fria e a consolidação dos EUA como a grande potência hegemônica e do capitalismo como sistema econômico dominante.