Brasil Império: Como cai na prova
1. (ESPM 2015) A revolta começou a partir de uma série de disputas entre grupos da elite local. A instabilidade política provocou a falta de confiança nas autoridades. As rivalidades acabaram resultando em uma revolta popular. Ela se concentrou no sul do Maranhão, onde atuavam grupos armados chefiados pelo vaqueiro Raimundo Gomes Vieira Jutaí, o Cara Preta, Manuel Francisco dos Anjos Ferreira, artesão que fazia cestos, e o preto Cosme, ex-escravo que liderava três mil escravos fugidos.
Hélio Viana. História do Brasil
O texto apresentado no enunciado deve ser relacionado a uma revolta ocorrida no Brasil durante o Período Regencial (1831-1840).
Assinale a alternativa que apresente essa revolta:
a) Sabinada;
b) Cabanagem;
c) Farroupilha;
d) Praieira;
e) Balaiada.
2. (ENEM 2015)
Essas imagens de D. Pedro II foram feitas no início dos anos de 1850, pouco mais de uma década após o Golpe da Maioridade. Considerando o contexto histórico em que foram produzidas e os elementos simbólicos destacados, essas imagens representavam um
a) jovem maduro que agiria de forma irresponsável.
b) imperador adulto que governaria segundo as leis.
c) líder guerreiro que comandaria as vitórias militares.
d) soberano religioso que acataria a autoridade papal.
e) monarca absolutista que exerceria seu autoritarismo.
3. (UNESP 2015) Não há dúvida de que os republicanos de São Paulo e do Rio de Janeiro representavam preocupações totalmente distintas. Enquanto os republicanos da capital, ou melhor, os que assinaram o Manifesto de 1870, refletiam as preocupações de intelectuais e profissionais liberais urbanos, os paulistas refletiam preocupações de setores cafeicultores de sua província. […] A principal preocupação dos paulistas não era o governo representativo ou direitos individuais, mas simplesmente a federação, isto é, a autonomia estadual.
José Murilo de Carvalho. A Construção da Ordem, 1980.
As diferenças entre os republicanos de São Paulo e do Rio de Janeiro, nas décadas de 1870 e 1880, podem ser explicadas, entre outros fatores,
a) pelo interesse dos paulistas em reduzir a interferência do governo central nos seus assuntos econômicos e em concentrar, na própria província, a maior parte dos recursos obtidos com exportação.
b) pela disposição dos intelectuais da capital de assumir o controle pleno da administração política nacional e de eliminar a hegemonia econômica dos cafeicultores e comerciantes de São Paulo.
c) pela ausência de projetos políticos nacionais comuns aos representantes de São Paulo e do Rio de Janeiro e pela defesa pragmática dos interesses econômicos das respectivas províncias.
d) pelo esforço dos paulistas em eliminar as disparidades regionais e em aprofundar a unidade do país em torno de um projeto de desenvolvimento econômico nacional.
e) pela presença dos principais teóricos ingleses e franceses do liberalismo no Rio de Janeiro e por sua influência junto à intelectualidade local e ao governo monárquico.
4. (UNESP 2016) O fato de ser a única monarquia na América levou os governantes do Império a apontarem o Brasil como um solitário no continente, cercado de potenciais inimigos. Temia-se o surgimento de uma grande república liderada por Buenos Aires, que poderia vir a ser um centro de atração sobre o problemático Rio Grande do Sul e o isolado Mato Grosso. Para o Império, a melhor garantia de que a Argentina não se tornaria uma ameaça concreta estava no fato de Paraguai e Uruguai serem países independentes, com governos livres da influência argentina.
Francisco Doratioto. A Guerra do Paraguai, 1991.
Segundo o texto, uma das preocupações da política externa brasileira para a região do Rio da Prata, durante o Segundo Reinado, era
a) estimular a participação militar da Argentina na Tríplice Aliança.
b) limitar a influência argentina e preservar a divisão política na área.
c) facilitar a penetração e a influência política britânicas na área.
d) impedir a autonomia política e o desenvolvimento econômico do Paraguai.
e) integrar a economia brasileira às economias paraguaia e uruguaia.
RESOLUÇÃO
1. A crise do algodão, principal produto do Maranhão, teve consequências para vários grupos sociais e econômicos. Os privilégios das elites e as disputas entre liberais e conservadores levaram à reação popular, dando início a uma série de movimentos, dos quais participaram vaqueiros, artesãos, escravos e negros libertos. Podemos dizer que a Balaiada foi mais do que uma rebelião, pois representou uma série de revoltas realizadas pelos diferentes grupos que se aproveitaram do início da crise para se manifestarem. Resposta: E
2. As ilustrações de dom Pedro II apresentadas no enunciado desta questão tentam passar a imagem de um imperador equilibrado, maduro e seguro, apesar da pouca idade – no início dos anos 1850, quando estas imagens foram produzidas, ele teria menos de 30 anos. Essse período é imediatamente posterior a uma fase conturbada na política interna brasileira, com a instituição do parlamentarismo às avessas, para acomodar os interesses políticos divergentes, e o fim da Revolta Praieira, que eclodiu em Pernambuco, no fim da década de 1840. Dessa forma, as imagens procuram mostrar à sociedade brasileira que dom Pedro II era um governante responsável e respeitador das leis, tentando, ainda, apagar a impressão de aventureiro construída por seu pai, dom Pedro I, durante seu breve reinado. Resposta: B
3. O texto apresentado no enunciado da questão faz referência às divergências entre os projetos republicanos de paulistas e fluminenses. O domínio econômico dos cafeicultores de São Paulo, agregados no Partido Republicano Paulista, levou o grupo a desejar, como modelo a ser adotado após a proclamação da República, o federalismo. Dessa forma, São Paulo teria uma autonomia plena, o que reduziria a interferência do governo central em seus assuntos. O principal objetivo era concentrar na própria província os lucros obtidos com as exportações de café. Resposta: A
4. Disputas pelo controle sobre a região da Bacia do Rio Prata ocorriam desde o século XVII entre Portugal e Espanha. Após a concretização dos movimentos de independência das colônias ibéricas, as nações surgidas herdaram o interesse pela região e as disputas por seu controle. Entre as maiores preocupações do governo imperial brasileiro, estava a possibilidade de a Argentina se tornar uma grande potência e ameaçar seus interesses na região. O agravamento das disputas na região culminou com a eclosão da Guerra do Paraguai. Vale ressaltar, que, apesar das rivalidades históricas, Brasil e Argentina acabaram se unindo contra as pretensões expansionistas do Paraguai, que contrariava seus interesses na região. Resposta: B
SAIBA MAIS
Veja no mapa as mudanças nas fronteiras do Paraguai após o fim da guerra. Veja como o país perdeu territórios para o Brasil e a Argentina, apesar de conquistar uma área que pertencia à Bolívia, ao norte
RESUMO
Brasil Império
PRIMEIRO REINADO O Primeiro Reinado estendeu-se da concretização da independência, em 1822, à abdicação de dom Pedro I, em 1831. Foi um período marcado pela instabilidade política e econômica. Centralizador, dom Pedro I outorgou uma nova Constituição, em 1824, que lhe conferia amplos poderes. Revoltas populares, crise econômica, envolvimento na questão sucessória de Portugal e a derrota na Guerra da Cisplatina (que levou à independência do Uruguai, anexado anos antes pelo Brasil) fragilizaram dom Pedro I. O monarca acabou abdicando em nome do filho, Pedro II.
REGÊNCIAS Dom Pedro II não pôde assumir o trono, pois só tinha 5 anos quando seu pai renunciou. Instituíram-se, então, governos provisórios, as regências. Esse período é dividido, tradicionalmente, em duas fases. Na Avanço Liberal, o Partido Moderado efetivou medidas progressistas, como a criação das Assembleias Legislativas Provinciais. Durante o Regresso Conservador, o Partido Regressista tentou implantar um governo forte e centralizador. Em 1840, com o Golpe da Maioridade, dom Pedro II foi coroado imperador, com apenas 14 anos.
SEGUNDO REINADO Dom Pedro II foi o mais longevo mandatário brasileiro: ficou 49 anos no poder. Seu reinado foi marcado pelo fortalecimento da economia, graças à produção cafeeira, e por relativa tranquilidade na política interna. Em 1847, foi adotado o parlamentarismo, para acalmar os ânimos dos partidos Liberal e Conservador. No entanto, o sistema implementado no Brasil apresentava diferenças em relação às monarquias parlamentaristas clássicas. Nelas, o rei tinha uma atuação limitada; aqui no Brasil, cabia ao imperador a nomeação do primeiro-ministro.
SEGUNDO REINADO – POLÍTICA EXTERNA No plano internacional, incidentes envolvendo cidadãos e interesses britânicos no Brasil abalaram as relações com a Inglaterra, levando ao rompimento entre os dois países (a Questão Christie). O Brasil também se envolveu em guerras contra seus vizinhos continentais, interferindo nas questões internas de Uruguai e Argentina para preservar seus interesses. A Guerra do Paraguai deixou o país endividado com a Inglaterra, da qual comprou armas e equipamentos, e promoveu o fortalecimento do Exército, contribuindo para o processo de crise do Império.
CRISE DO SEGUNDO REINADO A queda da monarquia resultou da ruptura do regime com três importantes setores sociais: a Igreja, o Exército e a aristocracia escravagista. O clero revoltou-se por causa da submissão da Igreja ao Estado, em vigor desde 1824; os militares passaram a defender ideais republicanos; e a aristocracia escravocrata ressentiu-se com os prejuízos decorrentes da abolição da escravidão. Os republicanos viram nesse cenário a chance de proclamarem a República, o que foi feito em 15 de novembro de 1889.