Em 2012, a socialite Val Marchiori participava de um reality show dedicado a mostrar o cotidiano de algumas das mulheres mais ricas do Brasil – “Mulheres Ricas”, exibido na Band. Ao lado de outras milionárias, como Narcisa Tamborindeguy, estrelava idas ao salão de beleza, compras no shopping e festas de luxo. Em uma das cenas, que mais tarde se tornaria meme nas redes sociais, Marchiori propõe um brinde. Erque a taça de champanhe e diz: “Que nunca nos falte o supérfluo”. Ou seria o supérfluo? Qual é correto: “supérfluo” ou “supérfulo”?
A grafia correta da palavra é “supérfluo”, com o encontro das duas consoantes F e L na mesma sílaba. A palavra “supérfulo” está errada e não existe na Língua Portuguesa, segundo a norma padrão.
Significado
Pode até não parecer, mas o brinde de Val Marchiori é um inteligente jogo de significados. Ao rogar que nunca lhe falte o supérfluo, a socialite contradiz o próprio significado da palavra “supérfluo”. De acordo com o dicionário, o termo diz respeito a tudo que é dispensável, desnecessário, que não é vital. Brindar para quem nunca lhe falte o supérfluo, é como pedir para que o dispensável se torne sempre indispensável. Um jeito digamos… interessante de ver a vida.
Algumas das palavras geralmente associadas a “supérfluo” são: “fútil”, “superficial”, “redundante”, “extravagante”, “excessivo”.
Exemplos
- Alessandra preferiu um estilo de vida mais simples, evitando luxos supérfluos;
- Em uma dieta, é importante eliminar alimentos supérfluos para a saúde;
- Em uma situação de crise, gastos supérfluos devem ser cortados;
- No pronunciamento, o político eliminou todas as palavras supérfluas para ser o mais objetivo possível;
- Na busca pela felicidade, devemos aprender a separar o essencial do supérfluo.
Para não errar mais
O motivo de tantos erros envolvendo a grafia e a pronúncia da palavra “supérfluo” tem a ver com as próprias características da Língua Portuguesa. Como dissemos, o termo “supérfluo” tem uma sílaba que proporciona o encontro das consoantes F e L, algo que é caracterizado como encontro consonantal puro, ou perfeito. É puro porque as duas consoantes não separadas na hora de separar as sílabas da palavra.
No entanto, na Língua Portuguesa, o que estamos mais acostumados é encontrar as chamadas sílabas simples, que são aquelas tradicionais formadas por uma consoante e uma vogal. Assim, parece mais natural para o falante dizer “su-pér-fu-lo” do que “su-pér-fluo”, simplesmente porque essa é a lógica da grande maioria das palavras da língua. Basta, porém, verificar a etimologia da palavra, do latim superfluus, para verificar que o F e o L sempre estiveram juntos.
Uma dúvida nada supérflua!
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