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O problema dos lixões no Brasil

Os lixões deveriam ter sido erradicados em 2014, mas 60% dos municípios ainda descartam o lixo em aterros a céu aberto, sem nenhum controle sanitário

Por Fabio Sasaki
Atualizado em 16 ago 2017, 17h32 - Publicado em 11 ago 2017, 11h01
Os resíduos depositados nos lixões não recebem nenhum tratamento ambiental (Spencer Platt/Getty Images)
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O descarte adequado do lixo é um dos principais desafios que as cidades enfrentam atualmente. As sete bilhões de pessoas que habitam o planeta produzem 1,4 bilhão de toneladas de resíduos sólidos por dia. Nos últimos 30 anos, a produção de lixo cresceu três vezes mais rápido que o número de habitantes.

No Brasil, o problema do lixo também é preocupante. O avanço na geração de materiais descartáveis levou o governo federal a propor uma lei específica para lidar com a situação: a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída em agosto de 2010.

A PNRS  estabeleceu o fim dos lixões a céu e a utilização dos aterros sanitários como destino final dos resíduos. O prazo para que os municípios brasileiros erradicassem os lixões expirou em agosto de 2014, mas 60% das prefeituras não conseguiram cumprir a determinação. Diante dessa situação, o governo postergou a implantação da lei e pretende estender até 2021 o prazo para a erradicação dos lixões.

Entenda a seguir por que os lixões são nocivos ao meio ambiente e veja também como funcionam os aterros sanitários e controlados:

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LIXÕES

Nos lixões, os resíduos são depositados em aterros a céu aberto sem nenhum controle ambiental ou tratamento. Além de produzir o gás natural metano (CH4), um dos agravadores do efeito estufa, a decomposição da matéria orgânica gera o caldo chorume, altamente poluente. Como o terreno dos lixões não é impermeabilizado, o chorume se infiltra no solo e contamina o lençol freático, com efeitos nocivos sobre a água, a flora e a fauna e comprometimento da saúde pública. Segundo os dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública (Abrelpe), por ano, 30 milhões de toneladas de rejeitos vão parar nos lixões sem qualquer tratamento.

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O problema também ganha contornos econômicos e sociais, pois muitas pessoas tiram seu sustento desses locais insalubres, recolhendo o lixo para reaproveitar os materiais, sujeitando-se a contaminação e doenças. Um dos lixões mais emblemáticos em atividade no Brasil é o aterro de Gramacho, em Duque de Caxias (RJ), considerado o maior da América Latina. Ele foi desativado em 2012, mas o lixo ainda é despejado ali de forma clandestina e muitas famílias continuam a viver do material descarregado.

ATERROS SANITÁRIOS

A PNRS determinou que os municípios substituíssem os lixões por aterros sanitários, considerados o destino mais adequado para o lixo urbano. Trata-se de áreas nas quais os resíduos são compactados e cobertos por terra. Terrenos assim têm sistema de drenagem que captam líquidos e gases resultantes da decomposição dos resíduos orgânicos. Desta forma, o solo e o lençol freático ficam protegidos da contaminação do chorume, e o metano é coletado para armazenagem e queima.

ATERROS CONTROLADOS

Também existe uma categoria intermediária entre os aterros sanitários e os lixões. São os aterros controlados, onde o lixo recebe uma cobertura de terra para minimizar o cheiro e a proliferação de insetos e animais. No entanto, o solo não é impermeabilizado adequadamente e não há sistema para tratamento do chorume.

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Os lixões deveriam ter sido erradicados em 2014, mas 60% dos municípios ainda descartam o lixo em aterros a céu aberto, sem nenhum controle sanitário

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