A fome generalizada é iminente no norte da Faixa de Gaza e mais de 2 milhões de pessoas na região enfrentam insegurança alimentar aguda. É isso que aponta um recente relatório do Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas. Além disso, 1,1 milhão de pessoas em Gaza – cerca de metade da população – não têm mais estoques de comida e se encontram na classificação denominada de “fome catastrófica”.
As consequências do conflito entre Israel e Palestina em relação à alimentação da população já criou um alerta nas autoridades mundiais e têm gerado críticas. Embora a fome não esteja sendo usada de maneira direta como arma de guerra, as restrições impostas por Israel nos territórios ocupados na região da Faixa de Gaza têm prejudicado a segurança alimentar e o acesso a recursos essenciais para os palestinos.
Com a economia prejudicada pela guerra, a população também enfrenta dificuldades para conseguir emprego e, consequentemente, ter recursos financeiros para comprar comida. Sem contar que ataques militares acabam impactando a infraestrutura agrícola e os sistemas de distribuição de alimentos.
Mas essa não é a primeira vez que a fome é utilizada como arma de guerra para alcançar objetivos políticos e militares.
Um dos exemplos ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando forças nazistas cercaram Leningrado (atual São Petersburgo), na Rússia, por 900 dias para fazer a cidade se render por meio da fome. Estima-se que um milhão de civis tenham morrido por inanição. Na guerra civil da Etiópia, durante a década de 1980, essa também foi a estratégia: a destruição de recursos alimentares agravou a situação que já era crítica em termos de segurança alimentar, causando a morte de centenas de milhares de pessoas.
Porém, um dos casos mais famosos foi o Holodomor, que significa “morte pela fome” em ucraniano.
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O que foi o Holodomor?
Entre 1932 e 1933, a Ucrânia já lutava por sua independência da União Soviética, liderada por Josef Stalin na época, mas isso não agradava os soviéticos que queriam manter o controle sobre a região. E uma das estratégias utilizadas foi justamente restringir a circulação de produtos e alimentos.
Como isso foi possível? Uma das medidas do governo soviético, logo que Stalin assumiu o poder em 1920, foi interferir na produção agrícola tanto da Rússia quantos dos outros países vinculados à URSS, incluindo a Ucrânia. Stalin desenvolveu uma forma de controlar a produção de grãos e outros alimentos dos camponeses, exigindo deles grande parte do que era produzido. Assim, novamente, o corte não ocorreu de forma direta.
Além disso, terras foram confiscadas e realizaram restrições em relação à movimentação de pessoas, o que impediu que os ucranianos buscassem comida em outras regiões.
Mas há poucos dados ou documentos oficiais sobre o ocorrido. O período stalinista ficou conhecido por destruir arquivos, o que dificulta afirmar com exatidão o números de mortos por desnutrição. Mas a estimativa é que, com o corte do fluxo de pães e grãos, cerca de 2,4 milhões de pessoas tenham morrido, o que tornou esse um dos maiores genocídios da história.
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