Atos contra cortes na educação reúnem professores e alunos
Além dos universitários da rede pública e privada, secundaristas também se somaram à manifestação
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Desde cedo, estudantes e professores de mais de 200 cidades do Brasil começaram a sair às ruas na última quarta-feira (15). As manifestações ocorreram em reação aos cortes promovidos pelo Ministério da Educação nas últimas semanas. Além da parcela de 30% da verba bloqueada das universidades e institutos federais, pesquisadores de mestrado, doutorado e pós-doutorado também sofreram com o cancelamento de quase 4 mil bolsas promovido pela Capes (fundação associada ao MEC que gere a pós-graduação).
Mas longe de ser uma manifestação somente de universitários das federais, os atos de ontem contaram com a presença de secundaristas de escolas públicas e até professores e alunos da rede privada. O corte de bolsas na pós-graduação, por exemplo, é uma medida que afeta também estudantes de faculdades particulares, como relatou o estudante de Psicologia da PUC-SP Luis Henrique, durante a concentração do ato na Avenida Paulista, em São Paulo. Segundo ele, colegas que desenvolviam pesquisas no mestrado e pretendiam continuá-las no doutorado esse ano não poderão prosseguir caso as bolsas não sejam reabertas.
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Valéria Rocha, coordenadora da escola particular de ensino infantil Quintal do João Menino, se juntou a outras professoras da escola e também foi ao ato. Para ela, mesmo que essas medidas do governo não afetem diretamente as escolas de ensino básico privadas nesse momento, são nocivas para a educação no Brasil de uma forma geral e para o futuro das crianças e jovens.
Das instituições públicas de Ensino Superior, estudantes da USP, UFABC, Unifesp e dos Institutos Federais, entre outros, participaram da manifestação em São Paulo. Tainá Ribeiro, que estuda Física no Instituto Federal de São Paulo, relatou que o reitor já anunciou aos alunos que o instituto deve fechar em setembro se o corte não for revisto. Ela ainda contou que, no início, o diálogo foi mais complicado com os colegas para convocá-los ao ato, mas que depois perceberam que a manifestação não era partidária mas sim em defesa da educação.
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A presença de alunos de cursos da USP que tradicionalmente não aderem a paralisações e manifestações também foi expressiva. Estudantes da Faculdade de Medicina e da Politécnica (de Engenharia), por exemplo, estavam presentes com cartazes e até baterias universitárias.
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Além da graduação, o ensino básico da rede federal de ensino também tem sido afetado pelas medidas. No Rio de Janeiro, por exemplo, o colégio Pedro II, que é um dos maiores do estado, foi afetado com o congelamento de 36,37% da verba. Ontem, na Avenida Paulista, alunos das Etecs e representantes da Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) levavam cartazes e pediam a reversão dos cortes. Segundo a CUT (Central Única dos Trabalhadores), o ato em São Paulo reuniu cerca de 250 mil manifestantes. A UNE afirma que no Brasil todo 1,5 milhão de pessoas foram às ruas.